Policial feminina da PM inicia ações das Forças de Paz da ONU na República Centro-Africana
A cabo Darilene Monteiro Moura, que integra o efetivo do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (Rotam), iniciou nesta sexta-feira (7) as ações da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA). A policial foi a primeira mulher do Pará selecionada para integrar o grupo de militares brasileiros que foram enviados até país, que está localizado no centro da África.
No ano passado, a cabo Darilene Moura participou de uma seleção criteriosa no Centro Conjunto de Operações de Paz da ONU no Brasil (CCOPAB), que foi realizada no estado do Rio de Janeiro. Foram avaliadas as habilidades de língua estrangeira, direção veicular, tiro policial dos candidatos. Dos 208 inscritos, 52 foram escolhidos para ingressar na missão no país africano. Entre os selecionados, 9 são mulheres.
Antes de dar início a missão na ONU, a cabo Darilene foi submetida a um Estágio de Preparação para Missão de Paz (EPMP), que foi realizado no período de abril a junho de 2019. Após o término do aprendizado e treinamento, a praça retornou para Belém. Em dezembro a cabo foi convocada para embarcar rumo ao país africano.
A cabo Darilene Moura relata que desde que chegou a República Centro-Africana, tem recebido total apoio dos militares das forças armadas do Brasil.
‘’Os militares brasileiros me buscaram no aeroporto e hoje estou morando num condomînio bom e seguro que foi escolhido e indicado por policiais do exército brasileiro. Aqui onde estou só residem agentes da missão da ONU’’, comentou.
A principal função dos militares do Brasil é a proteção de civis e da população vulnerável. Para isso, a cabo Darilene Moura conta que, ao chegar ao país, recebeu diversas instruções para lidar com alguns problemas existentes no local. ‘’Quando chegamos aqui recebemos orientações sobre Direitos Humanos, proteção da criança, conflitos relacionados à violência sexual, meio ambiente, conduta policial, cultura, diversidade local e doenças’’, explicou a policial.
‘’Inicio hoje o meu primeiro dia de serviço na MINUSCA e vou colocar em prática tudo que aprendi no decorrer dos meus 8 anos na Rotam. Agradeço a Deus e a todos pela força, felicitações e pelo respeito que os senhores têm por mim’’, disse confiante.
Família
A cabo Darilene fala que sente saudade do filho de 4 anos e do esposo que ficaram no Brasil, mas ela afirma que sabe administrar o sentimento, pois o marido também é policial militar no Estado e as viagens sempre foram rotineiras. ‘’Nós conversamos todas as noites por chamada de vídeo e eu sei lidar com a distância, pois nós sempre costumamos viajar no Pará, por conta das missões das unidades em que nós atuamos’’ disse a militar.
‘’Eu evito escutar notícias ruins do Brasil e a minha família está orientada sobre isso, para evitar que eu tenha preocupações durante o período que estou aqui’’ explicou. Somente em janeiro de 2021 a cabo Marilene vai concluir a missão na ONU, mas ela afirma que se adaptou bem ao local e as pessoas que estão ao lado dela.
A cabo Darilene é a primeira mulher do Pará escolhida para integrar uma missão no continente africano. Ela entrou nas fileiras da corporação em 2010 e possui um comportamento excepcional dentro da corporação. Além disso, a policial tem formação em letras, com habilitação em língua francesa, pela Universidade Federal do Pará (UFPA). O idioma oficial da República Centro-Africana é o francês.
O país que recebe a ação da Organização das Nações Unidas desde 2014, sofre com regiões dominadas por milícias conflitos armados, instabilidade política, fome e pobreza. O objetivo da missão, que reúne policiais militares de vários estados do Brasil, é a manutenção da paz, proteção dos Direitos humanos, mulheres e crianças além da realização de outras ações humanitárias que visam amenizar problemas sociais.