Festival de Pipas orienta estudantes e pais contra acidentes
Crianças na faixa de 5 a 11 anos, acompanhadas pelos pais, participaram do I Festival de Pipas “Paz no Céu”, organizado pela Escola Estadual Guajarina de Souza da Silva na manhã desta quarta-feira (21). A programação foi realizada no estádio do Pinheirense, no Distrito de Icoaraci. Atenta ao fato de que o verão é tradicionalmente um período em que, por conta do recessso escolar, as crianças e jovens costumam se dedicar a brincadeiras como soltar pipas, a direção da escola decidiu colocar em prática o projeto do festival com a função pedagógica de orientar a meninada e os pais sobre os procedimentos corretos para essa prática.
Na Escola Guajarina de Souza estudam 600 alunos no Ensino Fundamental Menor, dos quais 450 foram reunidos no Festival de Pipas. A diretora da instituição, Ione Alves, destacou que tanto os estudantes quanto os pais receberam orientações sobre os riscos do uso de cerol (linha encerada com vidro moído e cola), da escolha de locais apropriados para brincar com as pipas, além de outras medidas de segurança.
“O projeto vem sendo desenvolvido na escola desde o começo do mês, e nós mostramos aos estudantes que se não houver o cuidado necessário para empinar as pipas eles mesmos estarão se colocando em risco, assim como outras pessoas, incluindo ciclistas, motociclistas e pedestres em geral. Explicamos a eles que não se deve soltar pipas na rua e principalmente perto da fiação elétrica ou sob a chuva”, destacou a diretora.
O projeto teve a parceria do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e da concessionária de energia elétrica Celpa. A programação do festival incluiu também palestras, declamação de poemas, oficinas de confecção de pipas e pesquisa temática, atividades encerradas nesta quarta-feira com o Festival de Pipas sem linhas enceradas.
Integração - A embaladora Gisele Oliveira participou da brincadeira com a filha Maria Maria Eduarda, de 8 anos, estudante da escola. “Eu gosto de soltar papagaio. A gente só tem que ter cuidado com a brincadeira para não se machucar. E aqui no festival pude me divertir empinando pipa com todos os meus colegas da escola”, disse a menina. Matheus Bandeira, 8 anos, do 4o ano, e o irmão Marcos Bandeira, de 6, aluno do 2o ano, foram observados de perto pelos pais. “O festival foi muito legal, a gente aprendeu como se faz pipas e como se deve soltar para não ter problemas”, afirmou Matheus.
Jailson Moura Campos, 36 anos, e o filho João Vítor Campos, 7 anos, estudante do 2o ano, aproveitaram a oportunidade de brincar juntos. “Foi muito bom, porque ele e eu aprendemos brincando”, destacou o pai. A aluna Eloíse Caroline Pinto Madureira, 10 anos, do 4o ano, chegou cedo para brincar. “Valeu muito a pena”, assinalou a menina.
O vigilante Rômulo Nascimento também dividiu com o filho Douglas Lopes, 8 anos, do 3o ano do Ensino Fundamental, o prazer de voltar à infância. “Soltar pipa é bacana e o festival foi bom porque mostrou pra gente como fazer isso sem se machucar', destacou o menino. Ao lado da mãe Gisele Pinheiro, os irmãos Alessandro, Antônio e Davi se divertiram com as pipas pintadas à mão. O pipeiro (fabricante de pipas) José Ribamar Muniz produziu as pipas que o filho Gabriel levou ao festival.
Mototaxistas de Icoaraci também compareceram ao Festival de Pipas. “Apoiamos a iniciativa da escola em orientar as pessoas que soltam pipas, porque assim elas podem se divertir de maneira segura tanto para elas como para nós, que frequentemente temos problemas com isso”, destacou o mototaxista Otávio Sanches. Este ano houve dois acidentes com mototaxistas em Icoaraci provocados por linha de papagaio, como relatou Olímpio Lemos Pamplona, do Movimento dos Mototaxistas Legalizados de Belém.
Empinar papagaio perto da rede elétrica pode provocar acidentes fatais e ainda a interrupção da energia em casas e estabelecimentos, como ressaltou a técnica em Segurança no Trabalho da Celpa, Elisabete Macedo. Este ano, a empresa registrou mais de mil ocorrências desse tipo provocadas por pipa no estado. Em 2016, duas irmãs foram feridas no bairro do Una, em Ananindeua, durante uma brincadeira de empinar papagaio, por terem entrado em contato com cabos elétricos.
Para a gestora da Unidade Seduc na Escola (USE 12), Alini Cruz, o projeto ainda ajudou a promover a aproximação entre as famílias dos estudantes. “A participação dos pais foi bem expressiva na programação de hoje e serve para reforçar junto dos adultos a mesma mensagem que a escola quer passar às crianças”, ressaltou.