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Iasep investe para aumentar rede de promoção da saúde mental

Instituto voltou a oferecer aos segurados atendimento em Psiquiatria e ampliou número de sessões em Psicologia

Por Ádria Azevedo (SECOM)
29/01/2020 17h08

A população brasileira é a mais ansiosa do planeta. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 18,6 milhões de pessoas no País apresentam sintomas de ansiedade. Apesar de sua importância, a atenção com a saúde mental ainda é assunto negligenciado pela sociedade. Na tentativa de mudar esse cenário, foi criada no Brasil a campanha Janeiro Branco, que incentiva o cuidado para evitar o adoecimento.

No Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep), a saúde mental é uma das prioridades. Em 2019, foi realizado um investimento expressivo nas especialidades da área, como Psiquiatria e Psicologia. Ausente do planejamento do órgão em 2018, na gestão anterior, a especialidade Psiquiatria voltou a ser uma opção em 2019, com duas clínicas credenciadas em Belém e uma em Ananindeua. Mas, como esse número ainda é insuficiente para atender à demanda, novos estabelecimentos que contam com psiquiatras já estão em fase de credenciamento.

Já na área de Psicologia, além de novas clínicas credenciadas houve aumento no número de atendimentos de psicoterapia oferecidos pelo plano em 2019, em comparação a 2018.  De quase 109 mil sessões com psicólogos, a oferta passou para 131 mil sessões, um acréscimo em torno de 20%.

Além dos atendimentos por cotas contratuais, a que todos os segurados têm direito, pacientes com diagnóstico ou impressão diagnóstica de transtornos mentais podem solicitar a ampliação de cotas por meio do Programa de Procedimentos Adicionais, que aumenta o número de consultas, atendimentos psicológicos e exames de análises clínicas, para poder tratar melhor sua condição.

Superação - Para Giovanna Bandeira, segurada do plano, cuidar da saúde mental é fundamental para sua qualidade de vida. Aos 20 anos, Giovana faz acompanhamento psicológico desde os 13, quando foi diagnosticada com câncer. Mas, somente aos 17 anos, descobriu que precisava do acompanhamento psicológico para tratar ansiedade e depressão.A segurada Giovanna Bandeira ressaltou que cuidar da saúde mental melhora a qualidade de vida

“Recebi encaminhamento no meio do tratamento para o câncer. Fui a minha primeira consulta, mas não me adaptei e deixei de lado. Em 2017, procurei ajuda novamente por conta dos efeitos físicos que a ansiedade estava me causando. Foi quando não consegui subir no ônibus para ir ao colégio que percebi que precisava de ajuda”, contou.

Em grande parte dos casos, as pessoas não aceitam ajuda. “Não me sentia totalmente bem, mas era estranho ter a ideia que precisava da ajuda de alguém especializado. Eu tinha medo, mas meu medo era menor do que a minha vontade de viver e ficar bem. É um processo longo, principalmente de autoaceitação. A gente tem medo justamente por não ter muitas informações sobre o assunto. As pessoas precisam saber que elas não são estranhas ou problemáticas por conta disso, e que não estão sozinhas”, acrescentou a jovem.

Prevenção - A psicóloga Maria Elizabete das Neves, do Iasep, explicou que a ausência da saúde mental é algo que precisa ser enfrentado antes que gere adoecimento. “Ter saúde mental é quando o indivíduo consegue lidar consigo mesmo, e com as pessoas, de uma forma saudável. Viver a vida implica ter que conviver com uma série de situações que nem sempre são boas. Às vezes, a gente vive situações adversas e desafiantes. Com saúde mental, a pessoa consegue enfrentar os desafios de uma forma equilibrada. Quando a pessoa começa a sofrer demais com essas situações, é porque já está acontecendo algo”, ressaltou.

A especialista explicou ainda que é necessário perceber os sinais emitidos pelo corpo e as emoções. “A pessoa tem que se olhar mais, como está se sentindo consigo, como estão as relações sociais, como ela se vê nessas relações. As pessoas percebem quando as coisas não estão legais, mas vão deixando acontecer, vão deixando se agravar, e só procuram ajuda quando a situação já está no nível mais agudo, quando já estão doentes mesmo”, alertou, acrescentando que “é preciso procurar ajuda especializada antes disso acontecer”. (Colaboração de Thâmara Magalhães).