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Professores do EJA participam de oficina sobre direitos humanos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
22/06/2017 00h00

 

A formação de Professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma iniciativa do Projeto Direitos Humanos em Cena nas Casas Penais, foi aberta nesta quinta-feira (22), às 09 h, no auditório do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania de Belém (CIIC), e prosseguirá até sexta (23). Por meio de oficinas, professores que atuam no EJA debatem temáticas voltadas à garantia dos direitos humanos.

A coordenadora do EJA, Nulcia Azevedo, explicou que a formação é importante para os profissionais que trabalham com jovens privados de liberdade. “Essa formação é de fundamental importância para professores, agentes e diretores que trabalham dentro das casas prisionais, porque temos o objetivo de evitar a exclusão. Essa formação foi motivada por uma questão de homofobia. Um grupo de alunos de uma sala de aula dentro das prisões não aceitou que uma determinada pessoa estivesse participando daquele meio. Essa pessoa procurou pelos direitos dela. Nós, da Secretaria de Educação, garantimos o direito à educação daquela pessoa, mas de uma forma individual. Em decorrência disso, visando trabalhar no processo de inclusão dessas pessoas junto com os outros alunos, procuramos a Sejudh (Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos) para buscar uma formação específica para professores, agentes e diretores, e assim vermos de que forma a gente pode incluir com a garantia dos direitos”, contou a coordenadora.

O conteúdo da formação trabalhado nas oficinas inclui Noção Geral sobre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais, Violência Intrafamiliar, Diversidade de Gênero e Sexualidade, e Trabalho Escravo. Entre os palestrantes estão o advogado Omar Conde Aleixo, presidente da Comissão de Trabalho Escravo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PA); a advogada Priscila Herondina, membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA, e a psicóloga Maísa Moreira Gomes, especialista em Psicopedagogia e Terapia Familiar.

O Projeto Direitos Humanos em Cena foi criado em 2016 pela Coordenadoria de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Trabalho Escravo da Sejudh, e começou atendendo estudantes do ensino fundamental de escolas públicas de Belém e Ananindeua (municípios da Região Metropolitana).

Neste ano foi criado o “Direitos Humanos em Cena nas Casas Penais”, uma extensão do projeto original, voltado às unidades prisionais. Segundo a psicóloga da Sejudh, Roberta Flores, “o objetivo é instrumentalizar e sensibilizar pessoas a serem multiplicadoras nas temáticas de direitos humanos, numa perspectiva de prevenção. Ele está voltado para os alunos matriculados nas casas penais. Vamos formar os professores que atuam nas casas penais para que se tornem multiplicadores junto aos alunos. Nosso objetivo é fazer com que esses apenados multipliquem essas temáticas com seus familiares e a sociedade”, explicou Roberta Flores.

Novo olhar - Sergio Bandeira, professor do EJA, um dos participantes, acredita que a capacitação é importante para melhorar a percepção sobre o tema e a relação com os alunos das casas prisionais. “Existe uma questão fundamental, que é a importância do tema, a relevância dele no processo de constituição e empoderamento do sujeito na sociedade atual. E como nós vivenciamos esse processo educativo é importante termos a percepção acerca dessas discussões, para as relações com os nossos alunos e as outras pessoas”, disse o educador.

De acordo com o titular da Sejudh, Michell Durans, o projeto quer apresentar uma nova forma de conduzir diversas questões relacionadas aos direitos humanos. “A ideia do projeto é justamente trazer um novo olhar no que diz respeito a tráfico de pessoas e trabalho escravo como tema principal, mas também, de forma transversal, a possibilidade de tratar de diversos outros temas relacionados a direitos humanos, como tolerância religiosa, questão de gênero e respeito ao idoso e à mulher”, acrescentou.

Fabrício Rabelo, gerente de Ensino Profissionalizante da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), ressaltou que a capacitação dos professores vai ajudar na reflexão com os alunos sobre diversas questões, como homofobia e diversidade de gênero. “É uma temática que traz para a unidade prisional a questão de trabalhar tanto o agressor quanto a pessoa que foi vítima”, disse o gerente.