Selecionados no 'Meu Endereço' participam do terceiro módulo de formação
O projeto é realizado pela Sectet e UFPA e contempla moradores de bairros atendidos pelo Programa Territórios pela Paz
O Projeto “Meu Endereço, lugar de paz e segurança social” realiza nesta semana o terceiro módulo do curso “Formação de Agentes de Cadastramento”, direcionado às pessoas já selecionadas. O “Meu Endereço” é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), e faz parte das ações do Programa Territórios pela Paz (TerPaz), implantado pelo governo do Estado como diretriz de combate à violência e às vulnerabilidades sociais.
As equipes avaliam fotografias das residências para identificar problemasFoto: Ascom / SectetO terceiro módulo foi iniciado na segunda-feira (20), e prossegue até sexta (24), com aulas teóricas realizadas na Seccional do Guamá. Participam os 21 moradores selecionados no ano passado – três de cada bairro: Bengui, Cabanagem, Guamá, Jurunas e Terra Firme, em Belém; Icuí, em Ananindeua, e Nova União, em Marituba.
As aulas teóricas são alternadas com o treinamento prático, que ocorre durante as visitas técnicas às famílias. “Neste módulo estamos vendo como elaborar o parecer técnico sobre as questões de habitabilidade, condições da estrutura física da residência e segurança geral do imóvel”, explicou a coordenadora do projeto, Myrian Cardoso.
Risco de acidente – Nesta quarta-feira (22), depois de assistir à apresentação de Myrian Cardoso, os participantes foram divididos em quatro equipes, que passaram a avaliar fotografias das residências das famílias que serão atendidas pelo projeto. Em seguida, cada grupo apresentou o que conseguiu identificar nas condições dos imóveis.
Caio Tavares, morador do bairro do Jurunas, foi porta-voz da sua equipe. O primeiro aspecto levantado pelo grupo foi a fiação elétrica pendurada na parede de madeira. “A fiação está exposta, próxima a sacos plásticos colocados nos vãos da madeira. É um risco muito grande de incêndios, que infelizmente são comuns na nossa cidade”, disse Caio Tavares.Os participantes do curso alternam aulas teóricas com treinamento em campoFoto: Ascom / Sectet
Moradora da Terra Firme, Gabriela Santos chamou atenção para as frestas entre as tábuas, dizendo que a água da chuva pode contribuir para que haja curto-circuito. As equipes também destacaram a inexistência de acessibilidade, já que a moradora tem dificuldade de locomoção, e usa muleta. Clemilton Nogueira Júnior, do Jurunas, mostrou que a equipe dele também detectou o risco de doenças, já que ratos e animais peçonhentos poderiam entrar facilmente.
Módulos – Em 2019 foram realizados dois módulos do Curso de Agente de Cadastramento. O primeiro abordou noções gerais de cidadania e direito à cidade. No segundo, os participantes aprenderam como fazer o levantamento de informações físico-sociais das residências. Depois do módulo que está sendo realizado nesta semana, os agentes de cadastramento voltarão às aulas teóricas nos dias 29, 30 e 31 de janeiro, para aprender sobre sistematização das informações levantadas.
Myrian Cardoso ressaltou que as etapas são sempre correlacionadas. “Vamos realizando a formação teórica ao mesmo tempo em que realizamos as visitas às famílias. Desta forma, os agentes vão aprimorando a teoria com a prática, e vice-versa”, informou, acrescentando que serão visitadas pelo menos 500 famílias cadastradas nos territórios. “As famílias que apresentarem condições mais urgentes terão prioridade no auxílio técnico e tecnológico oferecido pelo projeto”, garantiu a coordenadora.