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Primeiro protocolo trombólise em AVC é realizado no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
25/06/2017 00h00

Com menos de três anos de inauguração, o Hospital Regional Público do Leste (HRPL), em Paragominas, implantou o serviço de Urgência e Emergência para atendimento às vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do Pará, que conta inclusive com as especialidades de neurologia e neurocirurgia. Foi graças a este serviço que foi realizado o primeiro atendimento com protocolo de trombólise em paciente com AVC isquêmico, e que não apenas salvou a vida de uma paciente, mas também garantiu sua alta sem sequelas.

De acordo com o médico intensivista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HRPL, Augusto Margon, as drogas trombolíticas só conseguem reverter o quadro de derrame, que muitas vezes causa óbitos ou provoca sequelas irreverssíveis, se o paciente chegar ao atendimento especializado em até quatro horas e meia a partir da suspeita do AVC, o que os especialistas chamam de “janela de tempo” necessária para promoção da terapia com trombolítico e reversão do quadro da doença, que é responsável por cerca de 100 mil óbitos por ano no Brasil, além de provocar elevadas taxas de incapacidade física.

Foi o caso da dona de casa Risolândia do Socorro da Silva Guerreiro, 46, que ao receber atendimento em menos de quatro horas do início de um AVC isquêmico (obstrução dos vasos sanguíneos cerebrais), no dia 16 deste mês, foi atendida pelo serviço de emergência e recebeu alta médica na última semana.

Moradora de numa colônia a 90 Km de distância do centro da cidade de Paragominas, onde está localizado o HRPL, Risolândia Guerreiro passou mal enquanto estava em seu sítio, juntamente com a familia. Ela pediu ajuda e foi levada até a Unidade de Prono Atendimento (UPA) da localidade de Caip, que a encaminhou de ambulância para a UPA de Paragominas, de onde ela foi levada para o HRPL.

A irmã da paciente, Rosani de Fátima da Silva Guerreiro, agradece o atendimento especializado e ágil que salvou a vida de Risolândia.“Ela é uma pessoa muito importante na família. Só Deus sabe a alegria que estamos sentindo. Nós já passamos por várias situações, por ela ter problemas no coração e, por isso, já passamos por vários hospitais. E esse é o hospital que nós fomos melhor atendidos. Toda hora, teve alguém aqui no quarto atendendo ela, dando a medicação e verificando a pressão dela. Estamos muito felizes com o atendimento e a volta para casa com ela bem”.

A secretária adjunta de Saúde, Heloisa Guimarães, não escondeu a satisfação com o êxito do resultado do atendimento. “O elemento chave para o tratamento do AVC é o tempo, ficamos felizes em proporcionar esse resultado tão significativo na vida desta paraense. Valeu todo esforço e treinamento da equipe de saúde”.

Para o diretor executivo do HRPL, Júlio Garcia, a realização da primeira trombólise em paciente num hospital público do Pará é motivo de orgulho à equipe. “Isso é o fruto do trabalho de capacitação das equipes do HRPL, bem como do Samu, UPAs e de hospitais municipal que integram nossa rede. Assim como a dona Risolândia, que recebeu alta melhorada poucos dias depois de ter dado entrada no HRPL com grave quadro de AVC isquêmico. Esperamos proporcionar cada vez mais um atendimento ágil e com qualidade aos nossos usuários”, observou.

O AVC pode ser classificado como hemorrágico (quando há o rompimento dos vasos cerebrais) e isquêmico (obstrução dos vasos sanguíneos), sendo que o isquêmico representa 88% dos casos e o hemorrágico 12% deles. Na UTI do Hospital Regional em Paragominas, 30% da ocupação dos leitos é de pacientes com AVC e 24% destes são isquêmicos.

Sintomas

Os sinais e sintomas do AVC se iniciam de forma súbita e podem ser únicos ou combinados, são eles: enfraquecimento, adormecimento ou paralisia da face, braço ou perna de um lado do corpo; alteração de visão: turvação ou perda da visão, especialmente de um olho, episódio de visão dupla, sensação de "sombra" sobre a linha da visão; dificuldade para falar ou entender o que os outros estão falando, mesmo que sejam as frases mais simples; tontura sem causa definida, desequilíbrio, falta de coordenação no andar ou queda súbita; dores de cabeça fortes e persistentes; dificuldade para engolir.

No Pará, em média 350 pessoas por mês são internadas em locais mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com quadro de Acidente Vascular Cerebral. Só em Belém, essa média mensal chega a 80 pessoas. Dados mais atuais em termos de óbitos, obtidos do Datasus, do Ministério da Saúde, atestam que, em 2014, 2.061 pessoas morreram em decorrência de sequelas provocadas pelo AVC. 

Prevenção

Para evitar que esse problema aconteça, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta para que as pessoas procurem as Unidades Básicas de Saúde para verificar a pressão arterial, que pode estar alta sem que haja um indicativo mínimo de mal estar.

A população também pode procurar as unidades que oferecem o programa Hiperdia, que tem como objetivo reduzir os fatores de risco e a morbi-mortalidade por hipertensão arterial, diabetes e suas complicações, priorizando a promoção de hábitos saudáveis de vida, prevenção e tratamento com ênfase na atenção básica.  

Considerado a porta de entrada para o tratamento contínuo da hipertensão, o programa existe em 1.898 Unidades Básicas de Saúde espalhadas pelos 144 municípios paraenses, além de 919 estratégias do Programa Saúde da Família (PSF).  

O HRPL é um hospital do governo do Estado, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Sespa e está localizado na Rua Adelaide Bernardes, s/n, no bairro Nova Conquista, em Paragominas. Mais informações pelos telefones (91) 3739-1046 / 3739-1253 / 3739-1102.