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Rotina do Regimento de Polícia Montada fortalece vínculo entre policiais e cavalos

Além do policiamento nas ruas, o Regimento desenvolve o projeto de equoterapia, atendendo pessoas com deficiência

Por Dayane Baía (ARCON)
14/01/2020 19h15

Homem e cavalo formam uma parceria milenar em grandes eventos e no atendimento à sociedadeA presença de cavalos nos campos de batalha é registrada desde os tempos antes de Cristo (há mais de 2 mil anos), quando nações foram erguidas com vitórias de cavaleiros em suas montarias. Os animais, também utilizados como meio de transporte, foram fundamentais nas trocas de mercadorias e informações, e atravessaram séculos movimentando a economia, encurtando distâncias e apoiando o homem em várias situações.

Hoje, no Governo do Pará, os cavalos ocupam um papel importante no Regimento de Polícia Montada (RPMont), da Polícia Militar, criado em 1817, um ano antes da fundação da própria PM no Estado. De acordo com o comandante do Regimento, major Tanner, o conjunto “homem-cavalo” é uma união milenar em batalhas, e hoje é estratégia de segurança pública. A Cavalaria é um aliado no policiamento comunitário, que desperta a atenção da sociedade. “As pessoas logo se interessam e querem saber mais sobre os animais. E os cavaleiros aproveitam para dialogar com a comunidade, entender as necessidades daquela área que está sendo patrulhada”, explicou o major Tanner.O comandante do Regimento, major Tanner, vê o conjunto “homem-cavalo” como estratégia de segurança pública

O som do galope e as fardas especiais se destacam em eventos de grande participação popular, como jogos de futebol, blocos de carnaval e manifestações. O uniforme histórico do Regimento também chama atenção em desfiles, exposições e ocasiões oficiais, como a recepção a autoridades nacionais e internacionais. Mas por trás de toda a imponência da Cavalaria há um trabalho marcado por dedicação, treinamento e cuidados.

O Regimento é composto por 130 efetivos, distribuídos entre o policiamento montado, administrativo e guardaAmor pelo animal - O Regimento é composto por 130 efetivos, distribuídos entre o policiamento montado, administrativo e guarda. Quanto aos cavalos, a unidade dispõe de 45 para o policiamento e cinco para as atividades de equoterapia. “Tem que gostar do animal. Por mais que nunca tenha tido a experiência, tem que gostar e ter coragem”, afirmou o major Tanner sobre os requisitos para ingressar na Cavalaria. Além disso, o animal e o policial passam por um período de adaptação, com treinamentos para verificar habilidades.

O policiamento da Cavalaria possui vários diferenciais, como a posição privilegiada em relação à altura das pessoas, permitindo a visibilidade em locais de aglomeração; possibilidade de transitar em locais de difícil acesso para veículos e pessoas, como áreas alagadas e engarrafamentos; atuação de ostensivo para choque montado conforme a necessidade, principalmente em dispersão, e economia de efetivo, quando um trio montado equivale ao trabalho de dez policiais a pé.Os cavalos recebem tratamento na Clínica Médico-Veterinária

O soldado Paraguassu, que está no Regimento desde 2015, contou que se considerava um policial muito estressado no batalhão onde atuava. “Eu já vinha buscando vir para cá. Desde pequeno eu admirava o serviço da Cavalaria pela beleza, impulsão e poder que ela mostra. Sempre foi um sonho”, frisou. O cavalo, para ele, foi como uma terapia para combater a tensão, exigindo rusticidade e, ao mesmo tempo, sensibilidade para lidar com o animal.Para o soldado Paraguassu, o trabalho com os animais é uma terapia

Por cerca de dois meses, ele passou por adaptação e fez o curso de Tropa Montada, em 2016. Hoje, o soldado atua na Sessão de Instrução, auxiliando os policiais no treinamento diário e na capacitação de novatos. “Se o policial não se identifica e não gosta do animal, ele não consegue ficar aqui, nem que queira. Os vínculos são muito consolidados naquilo que a gente faz no dia a dia. Eu me encontrei aqui”, afirmou  o soldado Paraguassu.

Cuidados - A rotina da Cavalaria é mais extensa do que a habitual da PM, pois além das horas de trabalho de rua o policial é responsável pelos cuidados com o animal, antes e depois do patrulhamento. Além disso, os animais são monitorados por uma equipe da Clínica Veterinária, durante os cerca de 20 anos de serviço, em média.

Os cuidados diários fazem parte da rotina do Regimento

Além de cuidados preventivos, como banhos, escovação, provimento de água e nutrição (ração com o verde incorporado), os cavalos em baixa (quando não estão prontos para sair em patrulhamento) recebem tratamento veterinário no próprio espaço. “Da odontologia equina ao tratamento clínico, podologia, afecções músculo-esqueléticas, cólicas, tudo o que há em clínica a gente executa”, explicou o capital Alexandre, veterinário e subdiretor da Clínica Médico-Veterinária.

O amor aos animais é fundamental no trabalho da Cavalaria