SEAP inicia intervenção no CRAMA, em Marabá
O regime de intervenção vai permanecer na unidade por 60 dias
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, por meio do Comando de Operações Penitenciárias (COPE) e da Diretoria de Administração Penitenciária (DAP), iniciou o procedimento de Intervenção Penitenciária na unidade do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), em Marabá, neste domingo (5).
Inicialmente, foram retirados todos os objetos em excesso das celas, como ventiladores, roupas, entre outros pertences. Após isso, é realizada a limpeza e higienização da casa penal, além de oferecer banho, corte de cabelo e de barba para conscientizar os presos quanto a importância da higiene pessoal, caracterizando a padronização do cárcere.
Durante a limpeza e alocação dos 627 internos às celas, houve ainda uma revista estrutural, ocorrida no domingo (5). Foram encontrados seis mil reais, 110 celulares, 45 carregadores, 33 televisões, 46 pendrives, 60 chips de operadora, nove cartões de memória, 63 relógios, dois tabletes de maconha e 21 trouxas, 16 caixas de som, 12 baterias de celular, um cachimbo, 16 pacotes de tabaco, 17 máquinas de cortar cabelo, 35 extensões elétricas e dois PlayStations.
O diretor de administração penitenciária da Seap, Ringo Alex, explica a importância da intervenção no Crama. “Isso traz um resultado positivo para a sociedade, quando recuperamos a capacidade de gestão da unidade prisional, retomamos o controle da população carcerária e oferecemos melhores condições de atendimento a esses internos durante o cumprimento de pena”, disse.
Nesta segunda-feira (6) foi realizada a separação dos presos por doença acometida e regime para receberam as respectivas assistências que necessitam. Com o ambiente limpo e recuperado, eles também receberão novos uniformes e kits de higiene.
O comandante do Cope, coronel Vicente Neto, afirma que a intervenção visa implantar novos procedimentos de segurança em prol de melhorias confições para os internos e segurança para a sociedade.
“Desde domingo fazemos a divisão de 20 policiais do Cope que estão nesta operação, realizando a vigilância aproximada, o controle de pátio, a distribuição da alimentação dentro do horário correto e fazendo com que o interno receba os medicamentos pela equipe de saúde da unidade”, explica.
Devido às atividades realizadas na unidade durante este período, para manter a ordem e garantir o bom funcionamento do processo de intervenção, as visitas estão suspensas durante os 60 dias no Crama. Todas as ações de intervenção são executadas conforme a legislação, em prol da humanização no cumprimento de pena e garantia de dignidade dentro do cárcere.
Avaliações positivas
Uma comissão de advogados formada pela secretária geral da OAB subseção Marabá, dra. Cristiane Cade, o presidente da comissão de prerrogativas, dr. Arnaldo Ramos, e pela conselheira subseccional, dra. Márcia Mendonça, esteve no Crama no domingo e solicitou à equipe intervencionista que pudesse acompanhar a intervenção. A comissão vistoriou as instalações prisionais e conversou com internos que afirmaram não ter havido qualquer agressão física ou verbal por parte dos policiais intervencionistas.
O Crama recebeu na manhã da segunda-feira (5) visita do defensor público de Marabá, Alysson Castro, que se reuniu com a direção interventora, direção de Administração Penitenciária (DAP) e do COPE. Ele analisou a situação dos presos e os procedimentos de intervenção para garantir maior presença do órgão dentro da unidade prisional. O trabalho realizado no Crama desde domingo, dia da retomada de controle, foi elogiada pelo defensor.
Os representantes da empresa MWS Eventos e Buffet, que fornece alimentos para o Crama, também se reuniram nesta manhã com a direção interventora da unidade, com a diretoria da Seap e do Cope, para discutir e avaliar a alimentação dos internos. Após a reunião foi concluído que os alimentos oferecidos na casa penal são dados corretamente, com base em avaliação nutricional.
Tentativa de fuga impedida
No último sábado (4), três agentes penitenciários foram feitos reféns no Crama após uma tentativa de fuga frustrada. Os agentes foram soltos ainda no sábado, passam bem e recebem atendimento biopsicossocial da secretaria.
A negociação durou aproximadamente 9 horas e foi mediada pela diretoria da Seap, Polícia Militar e Tribunal de Justiça de Marabá. O ocorrido foi um dos motivos para a aplicação de intervenção na unidade prisional.