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Uremia e Lacen-PA assumem o Teste do Pezinho no Pará

O teste do pezinho precisa acontecer entre o 3º e o 5º dia de vida criança.

Por Roberta Vilanova (SESPA)
13/12/2019 16h19

Visita ao Laboratório do PTN no Lacen

O Ministério da Saúde vai habilitar o novo Serviço de Referência do Programa de Triagem Neonatal (PTN) (Teste do Pezinho) da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), tendo como unidades responsáveis a Unidade de Referência Materno Infantil e Adolescente (Uremia) e o Laboratório Central do Estado (Lacen-PA). O anúncio foi feito, nesta quinta-feira (12), pelas técnicas da Coordenação Geral do Programa de Triagem Neonatal, Paula Zamaro e Jakeline Nunes, após a visita técnica realizada na Uremia e no Lacen-PA.

Paula Zamaro disse que volta para Brasília bastante satisfeita com os resultados das visitas técnicas às duas unidades. “Apesar de pequenos ajustes, o Serviço está bem estruturado. O principal está organizado, que são a equipe de transição e o fluxo, como vai funcionar. O espaço é ótimo, está reformado e isso ajuda muito, principalmente para o acolhimento das mães e seus bebês”, disse a técnica do MS.

A vice-diretora do Lacen-PA, Valnete Andrade, informou que com a reforma do espaço na Uremia pela Sespa, o Lacen-PA pôde providenciar os móveis, reforçando a parceria entre as duas unidades que vão conduzir o novo Serviço de Triagem Neonatal no Pará.

A diretora da Uremia, Graciete Ferreira, inclusive, agradeceu pelo apoio do Lacen-PA, que foi fundamental para estruturar o novo Serviço. “Estamos organizando a equipe e, em janeiro, o serviço já estará implantado plenamente”, afirmou.

Avanço - Com a habilitação, os recursos passarão a cair diretamente no Fundo Estadual de Saúde (FES) para manter os serviços realizados pela Uremia e Lacen-PA, o que vai acontecer após publicação da portaria pelo Ministério da Saúde, provavelmente, até janeiro de 2020.

A coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo, considera que foi dado um passo muito importante no Programa de Triagem Neonatal no estado. “Pois a qualidade dos serviços do Lacen-PA é indiscutível e a Uremia está com equipe de profissionais capacitada e com espaço físico reformado para receber de volta o serviço”,  disse ela. “Nós vamos estruturar aqui um espaço de qualidade com tudo o que for necessário, muito melhor do que muitos que temos visto em outros estados”, acrescentou Ana Guzzo.

Laboratório - Até o momento, a Unidade de Referência é a Universidade do Estado do Pará (Uepa), sendo que os exames laboratoriais das amostras coletadas em todos os municípios paraenses, antes realizados pelo Laboratório de Pesquisa e Apoio Diagnóstico (Lapad) da Uepa, vêm sendo feitos pelo Lacen-PA desde novembro de 2017.

Para assumir essa atividade, o Lacen-PA criou o Serviço Especializado de Triagem Neonatal, preparou o espaço físico e adquiriu equipamentos para instalar o laboratório que recebe, em média, 10 mil amostras por mês, o que representa 40 mil análises mensais, já que cada amostra de sangue coletada é submetida a quatro análises diferentes, custando aos cofres públicos, recursos de R$ 350 mil mensais.

A coleta da amostra é feita numa folha de papel filtro nas maternidades e unidades de saúde e encaminhada ao Lacen-PA para realizar o exame laboratorial, cujo resultado sai em 20 dias. Quando o resultado do Teste do Pezinho apresenta alguma alteração é solicitada uma segunda amostra ao município, para comprovação. Se der normal, o resultado é liberado. Mas caso a alteração permaneça, os responsáveis pela criança são informados, e a criança é encaminhada para o tratamento no Serviço de Referência de Triagem Neonatal da Uepa, que já está em fase de transição para a Uremia.

A equipe do Lacen também atua, junto com a Coordenação Estadual de Saúde da Criança, na capacitação de profissionais dos municípios, realizando eventos por região com o apoio dos Centros Regionais de Saúde.

Paula Zamaro e Jakeline Nunes também ficaram satisfeitas com a estrutura do Serviço Especializado de Triagem Neonatal do Lacen-PA. “Está tudo extremamente organizado, tudo funcionando de acordo com o que preconiza a portaria e o Manuais de Triagem Neonatal”, disse Paula.

Para o diretor do Lacen-PA, Alberto Júnior, comemorou a habilitação a partir de 2020. “O grande ganho para o governo do Estado é que, agora, nós vamos estar gerenciando os recursos por meio do Fundo Estadual de Saúde , nós não vamos depender do Departamento de Regulação Municipal, que repassava o recurso para a Uepa. Então, hoje, estará tudo dentro da Sespa, onde a gente consegue ter um envolvimento e um diálogo melhor. Nesses últimos meses, o que manteve o serviço foi o recurso do Tesouro Estadual, ou seja, foi uma demanda nossa apresentada ao secretário de Saúde, Alberto Beltrame, e ao governador Helder, que entenderam que, por uma questão de saúde pública, a gente não poderia deixar essas crianças sem o diagnóstico, então foi autorizado um recurso específico, desde fevereiro de 2019, para manter o serviço”, explicou o diretor do Lacen-PA.

Teste do pezinho – Ana Cristina Guzzo ressaltou a importância de a coleta do sangue do bebê ser feita entre o terceiro e quinto dia de vida, para que a amostra seja adequada.

“Quanto mais precoce melhor fazer, mas também não pode fazer antes de 48 horas de vida do bebê, porque é necessário que ele se alimente e metabolize o alimento. Então é importante que a gente reforce para as mães e famílias que a coleta do teste do pezinho precisa acontecer entre o 3º e o 5º dia de vida criança, para que o diagnóstico e o tratamento das doenças congênitas e metabólicas sejam iniciados precocemente, que é o que vai evitar os danos que essas doenças podem causar à criança”, explicou a pediatra.

De acordo com Paula Zamaro, a coleta entre o 3º e 5º dia de vida do bebê, inclusive, será considerada um indicador de saúde e será monitorado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (SAES), à qual pertence o Programa Nacional de Triagem Neonatal.

Segundo Ana Guzzo, apesar de o Pará já estar habilitado na Fase IV do PTN, realiza, atualmente, somente a Fase III, que abrange análises para diagnóstico da Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doenças Falciformes, outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística. “O diagnóstico da Deficiência da Biotinidase (DB) e da Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC), previstas com a fase IV deverá ser implantado no primeiro semestre de 2020”, informou a coordenadora. “Então, todas as crianças que forem diagnosticadas com uma dessas doenças terão o acompanhamento na Uremia, evitando todas as sequelas e dificuldades que podem advir de doenças como essas”, afirmou Ana Guzzo.

Saiba mais - O hipotireoidismo congênito é uma doença hereditária que impossibilita a glândula tireóide do recém-nascido de gerar o hormônio tireoidiano T4. Em crianças pequenas esse hormônio é fundamental, e a ausência dele diminui o metabolismo, impedindo o crescimento e o desenvolvimento físico e mental.

A pessoa com fenilcetonúria nasce sem a capacidade de quebrar adequadamente moléculas do aminoácido fenilalanina. A doença prejudica a atividade da enzima que processa fenilalanina em tirosina.

A doença falciforme é caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia.

A fibrose cística ou mucoviscidose se caracteriza pelo acúmulo de secreções mais densas e pegajosas nos pulmões, no trato digestivo e em outras áreas do corpo.