Borboletário é opção de lazer para os amantes da natureza
No local é possível ficar próximo dos animais e conhecer o processo de criação e reprodução das borboletas
Quando a autônoma Tainara Paula, residente em Bragança (nordeste do estado), aceitou o convite dos sogros para um passeio no parque zoobotânico Mangal das Garças, na capital paraense, não imaginou a experiência que teria. “Aproveitei as férias do fim de ano para conhecer o lugar. Soube de um espaço que abrigava borboletas e fiquei curiosa. É lindo!”, revela Tainara. O local é o borboletário José Márcio Ayres, uma das atrações no parque.
Tainara PaulaDe terça a domingo, duas vezes por dia, a equipe do borboletário realiza a soltura de pelo menos quatro espécies de borboletas no espaço. O momento é muito aguardado pelos visitantes, que podem conhecer o processo de criação e reprodução dos insetos. “As borboletas são um dos primeiros seres a sentirem os efeitos da mudança no meio ambiente e, por isso, não é tão fácil encontrar espécies reunidas. Por isso as pessoas ficam tão interessadas assim que entram no borboletário e notam os movimentos e cores presentes”, explica Basílio Guerreiro, biólogo do parque zoobotânico. Veja mais fotos.
A soltura das borboletas não é apenas um atrativo visual. É o momento onde os insetos se reproduzem. Cada espécie coloca seus ovos em galhos de plantas específicas, que são espalhados em locais estratégicos, nas proximidades dos pontos de alimentação.
“A equipe do borboletário recolhe esses galhos em caixas plásticas higienizadas para, depois, retirar e acomodar os ovos, que são recolhidos para a criação de novas espécimes”, esclarece Basílio. Os ovos são transportados para a Sala da Metamorfose, um espaço próprio para o evolução do organismo do inseto. Na sala, os ovos dão origem a larvas, que são observadas e alimentadas até atingirem a fase de se tornarem crisálidas e, finalmente, borboletas. O processo de desenvolvimento até a fase adulta demora cerca de 25 dias.
Dependendo da espécie, cada borboleta produz, diariamente, entre 100 a 500 ovos. Desse total, a probabilidade é de apenas 2% estejam aptos para crescimento. “É um processo muito delicado. É preciso observar o controle da temperatura e da luminosidade, as condições da vegetação disponível, além das particularidades de cada espécie”, explica Basílio. O biólogo ainda afirma que a equipe precisa estar atenta todos os dias para qualquer variação ambiental, como ocorrências de chuvas fortes ou o comportamento atípico de outro animal presente no espaço.
Como o período de vida das borboletas costuma ser curto, elas imediatamente buscam iniciar o processo de alimentação e reprodução assim que são liberadas no borboletário. É o momento presenciado pelos visitantes. “Demonstramos para as pessoas que é preciso respeitar o ciclo de ovos, larvas e crisálida - que são fases desconhecidas ou até rejeitadas - até chegarmos beleza das borboletas. A interação com o meio ambiente também é muito importante”, ressalta Basílio.
A visita ao borboletário oferece, além das noções da biologia do inseto, uma aula de educação ambiental. “Não sabia que as borboletas eram tão sensíveis às variações do clima e da vegetação. Isso mostra como nossas ações podem ter impactos na natureza que nem imaginamos”, reflete Tainara - acompanhada do marido, Emerson, e do filho recém-nascido, Carlos. Ao olhar para o bebê, a visitante revela um desejo. “Quando ele crescer, quero voltar aqui. Vai ser bom que ele tenha essa noção da natureza desde pequeno”.
O Parque Zoobotânico Mangal das Garças funciona de terça a domingo, das 09h às 18h, exceto na segunda-feira, quando é feita a manutenção do parque.
A soltura das borboletas ocorre de terça a domingo, duas vezes ao dia: às 10h e às 16h, num período de 15 minutos.
Para agendar visitas monitoradas, é preciso preencher o formulário no site do parque Mangal das Garças e enviar ofício seguindo as orientações disponíveis.