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Em 30 anos, Uepa forma quase 500 profissionais em música

Por Dayane Baía (ARCON)
22/11/2019 20h55

Anderson Leal, que integra a Banda da Uepa, supera dificuldades por amor à músicaEm 22 de novembro é celebrado o Dia do Músico, profissão escolhida por vocação, mas que exige dedicação, sensibilidade e muito estudo. Em 30 anos de criação, o curso de Licenciatura Plena em Música da Universidade do Estado do Pará já formou cerca de 500 profissionais nos campi das cidades de Belém, Marabá, Vigia de Nazaré e Santarém.

O regente Anielson Ferreira (e) e integrantes da Banda da UeoaSidnea Sobrinho foi da primeira turma, em 1989, e integra o corpo docente há 25 anos. A história como ex-aluna e atual professora se entrelaça com a própria vida e a paixão pela música. “O curso é uma parte de mim. Quando eu entrei, não me via em outra área. Eu me sinto parceira de muitos alunos. Eles fazem parte de nossa família. O curso é muito especial. Eu não sei viver sem a música. Sou música. É o que me faz mover. É o que me faz viver”, afirma Sidnea, emocionada.Sidnea Sobrinho, aluna da primeira turma de Licenciatura em Música

Ela recorda que, na época, ainda não havia estrutura para o curso, por isso foi firmado um convênio com a Fundação Carlos Gomes, que abrigava as aulas práticas, enquanto as teóricas ocorriam no atual prédio da Reitoria. “Esse espaço é muito significativo para mim, pois era onde a gente se reunia entre as aulas, trocava ideias e conhecimento. Era aqui que tudo acontecia”, recordou a ex-aluna. Muitos dos colegas se tornaram também professores, mantendo a convivência. Cerca de 90% do corpo docente são formados por egressos da graduação.

Interiorização - De acordo com a coordenadora do curso, Eliana Cutrin, uma das conquistas nessas três décadas é a interiorização. Em 2019, por exemplo, a Uepa passou a administrar o Liceu de Música de Bragança, no nordeste paraense, levando formações para a comunidade em canto coral, flauta doce e musicalização, além de promover eventos de valorização da cultura local. “Ainda precisamos avançar em infraestrutura em todos os campi, principalmente na aquisição de instrumentos. São desafios que ainda temos pela frente. Mas temos tido uma boa projeção na sociedade. É um dos cursos mais procurados”, disse Eliana Cutrin.

Vocação e determinação fazem do músico um profissional diferenciadoNo próximo domingo (24) e na segunda-feira (25), o curso realizará os exames habilitatórios com quase 700 candidatos para as novas turmas de 2020. No ano passado, Anderson Leal, 19 anos, se submeteu ao teste pela terceira vez e foi aprovado. O calouro vive uma rotina de dedicação, pois mora em Santo Antônio do Tauá, a 50 quilômetros do campus, localizado na capital paraense, e sua jornada diária começa ainda na madrugada.

Apesar das dificuldades, ele se esforça para conciliar as atividades dentro e fora de sala de aula. “Onde moro não há muitas oportunidades para o jovem que quer ser músico, que deseja seguir na licenciatura ou na área performática. A rotina é cansativa, estressante, mas o resultado é satisfatório. Espero um bom futuro para mim e para minha família. Vejo a música como um incentivo. Ela colore o mundo, muda a vida das pessoas, o humor. Até o silêncio é música. Para mim, ela é de vital importância”, destacou o estudante.

Parte prática - Anderson Leal é um dos quase 40 integrantes da Banda da Uepa, sob a regência de Anielson Ferreira. O projeto de extensão foi criado há dez anos, e além de apresentações em eventos da Universidade também leva música a outros espaços na capital e interior. Anualmente, o grupo se apresenta em grandes teatros na Semana do Músico, e o resultado constará do DVD a ser lançado ainda este ano.

“Ele proporciona a parte prática aos alunos da Uepa e de outras instituições. A banda realiza também ensaios abertos para alunos de escolas públicas, apresentando os instrumentos e as famílias às quais pertencem”, explicou o regente. Na banda há instrumentos de sopro, como flautas, clarinetes, saxofones, trompete, trombones e tubas. Também há guitarra, contrabaixo, piano, bateria, conga, bongo e instrumentos de percussão.

A Banda da Uepa também possui integrantes egressos do curso, como o professor e clarinetista Emerson Silva, que está no grupo desde 2015. Ele é natural de Vigia de Nazaré, onde as bandas centenárias fazem parte da história e da cultura local. “As bandas são muito importantes para a cidade e a formação dos profissionais. Para mim foi válido o entendimento para ingressar no curso aqui”, disse Emerson Silva.