Tocata abrirá 35º Festival de Música Brasileira no Carlos Gomes
Os jardins do Conservatório Carlos Gomes receberão o recital de aberturaA Fundação Carlos Gomes (FCG) e o Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG) promovem a partir desta segunda-feira (4) o 35º Festival de Música Brasileira, com programação até o próximo sábado (09). A abertura oficial será às 09 h, no Jardim do IECG, continuando até 10 horas, já na Sala Ettore Bosio. Este ano, o músico convidado é o maestro Aylton Escobar e a musicista homenageada, Enid Barroso Rebello. O Festival tem como objetivo fomentar a participação dos alunos e homenagear a música brasileira e seus compositores. Todas as apresentações terão entrada franca.
O Festival é um laboratório musical, criado há mais de três décadas, por iniciativa da professora do IECG e pianista Dóris Azevedo. Inicialmente, a programação era restrita ao âmbito do Conservatório Carlos Gomes. Nas edições seguintes, com a efetiva participação de alunos e professores, o evento se consolidou no calendário dos grandes eventos da instituição. Desde então, a própria Fundação Carlos Gomes expandiu as dimensões do projeto, que hoje tem sua forma definitiva com as homenagens a um notório músico paraense e a presença de um músico convidado, escolhido entre os mais proeminentes no cenário brasileiro. O homenageado vem a Belém durante o período do Festival para troca de informações e experiências com os músicos locais.
A linha de atuação musical também foi ampliada, com o Festival dando espaço a todas as vertentes da música brasileira a partir da inclusão de noite especial para a MPB (música popular brasileira) e grupos que interpretam outros estilos originários do País. De acordo com o diretor de Ensino do IECG, Joel Praseres Costa, a participação dos alunos é essencial, pois os concertos são uma oportunidade de contato com o público. “O Festival tem como objetivo principal proporcionar aos alunos a vivência da música no palco. No dia a dia, nossos alunos ficam diretamente na sala de aula estudando e, estar em cima do palco, enfrentando o público, é completamente diferente disso, além de que este momento tem toda uma mística de subir lá e tocar, muitas vezes, para uma plateia especializada”, ressaltou.
“No Festival, nossos alunos vivem a experiência de palco dentro da sua trajetória, no curso que escolheram estudar, e também vale para que os professores mostrem ao público e à comunidade musical o trabalho desenvolvido com seus alunos. Portanto, o Festival é muito importante também pelo ponto de vista pedagógico”, acrescentou o diretor.
O Festival oferece aos alunos troca de experiências e ao público, um repertório de música brasileiraClássico e popular - É com esse objetivo que a Fundação Carlos Gomes e o Instituto Estadual Carlos Gomes, realizam há mais de três décadas o Festival de Música Brasileira, ocupando a Sala Ettore Bosio e outros espaços culturais, com o melhor da música clássica e popular produzida no Brasil.
Este ano, a musicista homenageada é a paraense Enid Barroso Rebelo, uma das mais proeminentes professoras do Conservatório Carlos Gomes, tendo formado uma geração de pianistas que se destacaram no cenário musical. Já o músico convidado é o maestro e compositor Aylton Escobar, que durante três dias do Festival estará em Belém para interagir com os alunos.
As apresentações, na Sala Ettore Bosio, serão abertas ao público em geral, não sendo necessária a retirada de ingressos. A abertura oficial do 35º Festival de Música Brasileira, no dia 4 de novembro, às 10 h, será precedida por uma tocata nos jardins do Conservatório, pelo Coral de Trombones da Fundação Carlos Gomes, seguida de recital no auditório.
As demais apresentações, no período de 5 a 8 de novembro, também serão na Sala Ettore Bosio, sempre às 18 h. O concerto de encerramento ocorrerá na Igreja de Santo Alexandre, que integra o Museu de Arte Sacra, no dia 09, às 19 h.
Trajetórias – Enid Mendes Barroso Rebello nasceu em 2 de fevereiro de 1900, em Belém do Pará, onde começou os estudos de piano. Foi aluna do maestro Paulino Chaves e de Alice Bacellar Kostenbader, ambos com formação musical na Alemanha.
No início nos anos 1930, viajou para o Rio de Janeiro (RJ), então capital do Brasil. Orientada pelo professor italiano Luigi Amabile, ela obteve diploma na Academia Oscar Lorenzo Fernandez. De volta a Belém, foi indicada pela pianista Anna Carolina para substituí-la no corpo docente do Instituto Carlos Gomes, e passou a ocupar a cadeira cujo patrono é o maestro Henrique Gurjão.
Enid Rebello promovia audições de alunos no Theatro da Paz e auditórios de outros espaços culturais, como o da Sociedade Artística Internacional. Ela formou inúmeros profissionais, alguns ainda em atividade, inclusive no Conservatório Carlos Gomes. A musicista faleceu em Belém, em 3 de agosto de 1968.
O compositor e regente Aylton Escobar nasceu em São Paulo (SP) em 1943, onde iniciou os estudos de piano com Carmem Nilde da Fonseca, na Escola Chiafarelli, ingressando depois na Academia Paulista de Música, onde recebeu aulas de piano com Nair Medeiros, e de composição com Osvaldo Lacerda. Prosseguiu os estudos de composição com Camargo Guarnieri, no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo.
Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou com Marília Martins, Lúcia Branco e Zulmira Elias (Escola Magda Tagliaferro). Depois de graduar-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e criar música para teatro, partiu para os Estados Unidos com o objetivo de estudar música eletroacústica na Columbia University, em Nova York. Nessa época, foi várias vezes premiado, nacional e internacionalmente, como compositor. Também começou a carreira de regente, tendo aulas com Alceo Bocchino e Fancisco Mignone.
Aylton Escobar foi diretor da Escola de Música Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, e depois dirigiu a Universidade Livre de Música Tom Jobim, em São Paulo, e o Festival Internacional de Música de Campos de Jordão (SP). A partir dos anos 1980 tornou-se regente de várias orquestras brasileiras, atuando também como professor de Orquestração e Regência do Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), onde também foi regente adjunto da Orquestra Sinfônica e de Câmara. É um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Música Contemporânea e membro da Academia Brasileira de Música.