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QUALIFICAÇÃO

Bombeiros do Pará atingem quase 100% de êxito nas missões de mergulho

Por Jackie Carrera (SECOM)
24/10/2019 19h34

Integrantes do grupamento de mergulhadores durante aula prática“No retorno à superfície, eu acabei me enroscando em uma malha de rede que estava solta no fundo do rio, há 25 metros de profundidade. Além de ficar preso, eu já estava com pouco suprimento de ar. Nessa ânsia de me desvencilhar, meu ar acabou, e foi nesse momento que meu companheiro de mergulho surgiu e me supriu com o ar do próprio cilindro. Cortou a rede e me levou até a superfície”. O depoimento do cabo Sandro Gonzaga, 38 anos, mergulhador experiente do 1º Grupamento Marítimo Fluvial do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (1º GMAF/CBMPA), mostra como o trabalho desses profissionais é fundamental para salvar vidas, até mesmo de quem é preparado para enfrentar situações emergenciais.

Cabo Sandro Gonzaga, protagonista de uma história de sucessos do grupamento de mergulhadoresA experiência relatada pelo cabo Gonzaga ocorreu durante o resgate de um náufrago na Baía do Marajó, em 2014. Nesta história, o outro personagem é o cabo Wellington Silva, também com 38 anos, que fez o resgate. “Quando eu percebi que ele não me tocou, eu desci, e não pensei duas vezes em voltar. É uma situação prevista nos nossos treinamentos. Somos preparados para enfrentar e salvar vidas”, ressaltou o militar.O cabo Wellington Silva salvou a vida do colega de corporação

O caso não só demonstra o risco inerente da profissão. Também revela o nível de qualificação que somente os mergulhadores do Corpo de Bombeiros do Pará têm ao trabalhar, sem visibilidade, nas águas barrentas dos rios da Amazônia.

Tropa de elite - Segundo o capitão Leonardo Sarges, comandante do 1º GMAF, esse tipo de experiência confere ao Grupamento Marítimo Fluvial o reconhecimento como “tropa de elite” do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.

“Isso é notório fora daqui, entre os bombeiros militares de todo o País. Por isso já participamos de missões, junto com a Força Nacional, em Moçambique (África). Não só pelo desafio de mergulhar em nossos rios, mas também pela grandeza dos eventos em que somos acionados. Um exemplo foi a operação arriscada e bem-sucedida que resgatou os corpos dos irmãos Novelino”, relembrou Leonardo Sarges.Capitão Leonardo Sarges, comandante do 1º GMAF, destacou a participação em missões no exterior

Eficiência - Em 13 anos de atuação do 1º GMAF/CBM-PA nunca houve sequer uma perda de mergulhador durante as atividades de busca, resgate e salvamento. Em relação ao resultado das operações, um levantamento feito pelo próprio grupamento aponta que, de 2014 a 2018, foram registrados 553 casos atendidos pelos mergulhadores, e apenas um corpo não foi encontrado. Isso representa 99,76% de êxito nas missões registradas nos últimos cinco anos.

A qualificação garante o sucesso das operações do grupamento

“Embora haja todas as condições desfavoráveis no ambiente em que somos acostumados a trabalhar, isso se deve à qualidade do nosso treinamento e manutenção. Desde que o Grupamento foi criado, as operações aquáticas do Corpo de Bombeiros ganharam notória evolução em todas as fases: preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas”, destacou o militar.

O bombeiro Diego Cunha, que fará o curso de mergulhoUm desempenho que fez o bombeiro militar Diego Cunha optar este ano pelo curso de mergulho. Para ele, é uma profissão importante numa região banhada por rios, pelos quais trafegam milhares de embarcações. “O preparo técnico e os ensinamentos que são dados nos motivam ainda mais a seguir a área. Além disso, ter um profissional qualificado em mergulho é extremamente importante para a população paraense. Tento dar o máximo de mim para chegar à formatura e fazer parte da tropa de elite dos bombeiros do Pará”, afirmou Diego Cunha.

O grupamento, pela excelência no desempenho, é chamado de tropa de elite