Primeira indústria a produzir liquor e manteiga de cacau no Pará já está em construção
A empresa OCRA Cacau da Amazônia, que em novembro do ano passado firmou um protocolo de intenções assinado com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Adnan Demachki, para instalar no Estado, uma indústria para produção de liquor e manteiga de cacau, principais matérias-primas usadas na produção do chocolate, avança com as instalações de sua unidade industrial, no bairro do Tapanã, em Belém, local escolhido pela empresa, a fim de iniciar a produção este ano.
O secretário Adnan Demachki, que esteve à frente da prospecção da indústria, afirma que ela é importantíssima para a cadeia do cacau, pois vai gerar um produto intermediário entre o chocolate e sua matéria prima, que são o liquor e a manteiga de cacau. ‘’Transformando o cacau em manteiga de cacau e liquor, teremos os insumos necessários para atrairmos indústrias de chocolate e criarmos um grande polo no Estado”, destacou ele.
Demachki informou que a Sedeme seguirá na prospecção de fábricas de chocolate interessadas em verticalizar a cadeia do cacau, conforme meta do planejamento estratégico ‘’Pará 2030’’. O liquor é um ingrediente derivado do cacau também conhecido como “Massa de Cacau”. É a mistura de manteiga de cacau com o cacau em pó.
A presidência da OCRA comunicou ao titular da Sedeme que os trabalhos para a montagem da unidade industrial em Belém, seguem a todo vapor, tendo sido comprado 80% dos equipamentos. Por ocasião da assinatura do protocolo de intenções em 2016, o governo do Estado se comprometeu em apoiar a implementação do projeto, priorizando a apreciação do processo de licenciamento ambiental, a avaliação da concessão de incentivos fiscais e o apoio à agricultura familiar para a produção de cacau.
O Pará já é considerado o maior produtor de cacau do País. Em julho de 2016, a produção paraense foi estimada em 120 mil toneladas de amêndoas de cacau, enquanto o Estado da Bahia esperava produzir entre 107 mil e 110 mil toneladas. Cerca de 80% da produção cacaueira paraense vem de pequenas propriedades baseadas na agricultura familiar.
De acordo com a presidência da OCRA a intenção é iniciar a produção ainda este ano. Primeiramente, é prevista apenas a produção de liquor de cacau, com a manteiga sendo feita em um segundo estágio de no máximo 36 meses após a implantação completa do empreendimento.
“A produção de cacau no Pará é enorme e é do nosso interesse ter uma empresa para verticalizar a produção, apoiando a agricultura familiar e dando oportunidade à mão de obra local”, comentou o presidente da OCRA Cacau da Amazônia, Francisco Monteiro de Pinho, à época da celebração do compromisso com o secretário Adnan Demachki.
De acordo com Demachki, a chegada de uma empresa que trabalha com o fruto é vital para deslanchar a agregação de valor para a indústria do cacau no Pará, o que deve atrair novos nichos de negócios no segmento, gerando os empregos e renda que o Estado precisa pra se desenvolver.