Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Unacon celebra Dia do Homem e alerta para mudanças de hábitos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/07/2017 00h00

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), no Brasil o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens (atrás apenas do de pele não-melanoma). Em valores absolutos e considerando ambos os sexos é o quarto tipo mais comum e o segundo de maior incidência no segmento. Os números assustam e sugerem a necessidade da adoção de hábitos e atitudes mais saudáveis entre os homens, que têm seu dia comemorado neste sábado (15).

A incidência da doença registrada pelo MS vem ao encontro dos dados obtidos na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia Dr. Vítor Moutinho (Unacon) em Tucuruí. Dos 30 casos registrados em junho deste ano, em pacientes submtidos a sessões de quimioterapia na unidade, 11 são de homens com câncer da próstata, na faixa de 61 a 80 anos, evidenciando a maior ocorrência na terceira idade.

Criada pelo governo do Estado para ampliar e oferecer atendimento de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), no sudeste paraense, a Unacon funciona de segunda a sexta-feira, com consultas médicas especializadas em oncologia clínica e cirúrgica, exames auxiliares de diagnóstico - como análises clínicas, ultrassonografia, endoscopia, colonoscopia - e tratamento quimioterápico. A partir do segundo semestre também estarão em funcionamento os setores de radioterapia e braquiterapia.

No nordeste do Pará, a rede estadual de saúde tem no Hospital Regional Público do Leste (HRPL), a assistência de alta complexidade para usuários de 22 municípios daquela região, com diversas especialidades, entre elas o atendimento ambulatorial em urologia, de que janeiro a junho deste ano registrou quase 950 atendimentos que, dependendo do caso, são encaminhados para tratamento especializado em outras unidades da rede estadual.

Diante do cenário de incidência do câncer da próstata, o diretor técnico do HRPL, João Lucídio, explica que o aumento observado nas taxas de incidência dessa doença no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.

“Alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. A maioria, porém, cresce de forma tão lenta (leva cerca de 15 anos para atingir 1cm³) que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ameaçar a saúde do homem”, explicou

Ele acrescenta ainda que, em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, em estágio mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

O médico detalha que o exame de  toque retal é utilizado na investigação diagnóstica de diversas condições, até mesmo do próprio câncer de próstata e no estadiamento do tumor. “Não se utiliza rotineiramente como método de rastreamento”, observou. Já o exame de Antígeno Prostático Específico (PSA), que é espécie de marcador tumoral de câncer da próstata, é utilizado na avaliação diagnóstica de homens com sinais e sintomas sugestivos de câncer de próstata, na avaliação de recorrência bioquímica após tratamento e no monitoramento de homens com diagnóstico prévio da doença.

O médico alerta para a importância dos benefícios da mudança de comportamento para se ter uma vida mais saudável: dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, o que ajuda a diminuir o risco não só de desenvolver o câncer, como também outras doenças crônicas não-transmissíveis. A prática de atividade física e o abandono do álcool e do fumo também são importantes.

Política da saúde do homem

Pesquisas do Ministério da Saúde mostram que, do total de pessoas entre 20 e 59 anos que morrem no país, 68% são do sexo masculino. Diante do cenário, em 2009 foi implantada a Política Nacional de Saúde do Homem. Pelas estatísticas da Sespa, os homens morrem mais cedo que as mulheres por falta de cuidado, sendo as maiores vítimas de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, e de causas externas como violência no trânsito.

Em consonância com o MS, em 2010, a Sespa criou a Coordenação Estadual de Saúde do Homem, que tem atuado com campanhas de prevenção com foco nos municípios, dentro do possível, sobretudo com palestras e capacitação de profissionais das unidades básicas de saúde.