Pacientes curados do câncer estreiam 'Sino da Vitória' no Ophir Loyola
Na manhã desta sexta-feira (4) o silêncio da ala de quimioterapia do Hospital Ophir Loyola foi interrompido pela estreia do “Sino da Vitória”. O soar das três badaladas é um ato simbólico que marca a despedida das sessões de quimioterapia e o despertar para uma nova vida de quem, por muito tempo, passou por tratamento. O gesto reanima as forças e a esperança de quem ainda enfrenta o câncer e marcou o início da campanha Outubro Rosa no Hospital.
O diagnóstico do câncer é muito doloroso e desestabiliza a vida de um paciente. Um dos tratamentos empregados, o quimioterápico, pode provocar efeitos colaterais muito desagradáveis, sendo o mais comum a queda de cabelo. E para celebrar a conclusão da terapêutica, uma cerimônia cheia de emoção aguardava as pacientes que viriam a tocar o sino com a apresentação musical do suboficial do corpo de bombeiros, Esdras Sousa. As homenagens transmitiram força e mostraram que a cura é possível.
Maysa Santos, 21 anos, estudante de gestão ambiental, fez tratamento contra um linfoma, um tipo de câncer que acomete as células do sistema linfático, e aguardava ansiosa pelo momento de bater o sino. Ela conta que estava muito nervosa durante a última quimioterapia e sentia receio do futuro, por isso o momento teve um significado todo especial.
"Aqui as pessoas são muito acolhedoras, a equipe não deixava eu desistir do tratamento. Este sino significa muito para mim, pois quando fui diagnosticada tive que deixar tudo de lado, faculdade e trabalho. Pensei que ia morrer, mas percebi que o câncer não é um bicho de sete cabeças. Essa batalha vencida é como se você tivesse nascido de novo", disse.
A iniciativa de implantar o sino partiu da equipe da divisão de quimioterapia e foi instalado logo na entrada do setor com os dizeres "Badale este sino com muita fé e orgulho para à todos anunciar - A Vida é movida por ciclos e a cada vitória temos que comemorar. Parabéns e bem-vindo (a) à nova fase de sua vida".
O projeto foi inspirado em outros hospitais oncológicos como anúncio de que alguém acaba de colocar um ponto final na batalha contra a doença. "Aqui no HOL nós realizamos mensalmente em torno de 2100 sessões, trabalhamos sobre a premissa da humanização e esta ação que parece ser pequena, tem o objetivo grandioso que é dar esperança para os que ainda estão em tratamento e um motivo de felicidade para os que estão tocando pela finalização de seu", explica Soraya Klautau, administradora da divisão de quimioterapia.
Quando Dona Adélia Barros, 59 anos, tocou o sino, momento aguardado durante todo o tratamento contra um câncer mama, emocionou a todos. Ela foi a primeira paciente a fazer o sino soar, o som foi acompanhado por aplausos de outros pacientes, familiares e equipe.
"Eu trouxe um sininho para cá, pois ainda não tinham instalado este. Fui diagnosticada em setembro do ano passado, fui muito bem assistida e estou saindo com essa vitória maravilhosa. O sino ecoou a minha alegria, a minha vitória, o meu dizer para o mundo, eu venci, eu venci!", comemora Adélia.
A moradora do município de Cametá, Edicarmen do Pilar, 41 anos, descobriu o câncer de mama, por meio do autoexame. Há dois anos faz tratamento no hospital e hoje também é um dia muito esperado. "Vou bater o sino, o sino da minha vitória, é como se eu tivesse uma nova vida que está começando agora!", disse.