'Ophir Loyola' alerta para prevenção do câncer de estômago, o mais letal no Pará
Neste sábado, 28 de setembro, é celebrado o Dia Estadual de Conscientização e Orientação sobre o Câncer de Estômago no Pará. A data foi instituída pela Lei nº 8.535 para esclarecer a sociedade sobre a prevenção, os sintomas e a importância do diagnóstico precoce. É o tipo de câncer que mais causa mortes no Pará, segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Caracterizado pelo crescimento desordenado das células que compõem a parede do estômago, também conhecido como câncer gástrico, atinge, em sua maioria, homens na faixa etária de 50 a 70 anos. É o segundo tumor maligno mais frequente no planeta. No Brasil, é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres.
O número de casos entre mulheres, de 2009 a 2017, oriundos de instituições que tratam câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Pará, apontam que o câncer do colo de útero predomina com 5.236 ocorrências confirmadas, seguido do câncer de mama, com 3.215 casos; estômago (684); tireoide (530) e brônquios e pulmão, com 263. Nos homens, a prevalência, no mesmo período, é do câncer de próstata, com 2.158 casos, seguido por estômago (1.578), brônquios e pulmão (605) e laringe (318).
Um levantamento da Sespa apontou que, entre 2012 a 2017, 3.125 pessoas morreram devido ao câncer de estômago, seguido pelo câncer de pulmão (2.698 óbitos); próstata (1.915), colo do útero (1.776) e mama (1.560).
Equipe do Hospital Ophir Loyola alerta para atitudes de prevenção ao câncerAlessandro França, chefe da cirurgia oncológica do aparelho digestivo do Centro de Alta Complexidade em Oncologia, no Hospital Ophir Loyola, explica que a enfermidade consiste na formação de úlceras ou tumor no estômago. Segundo ele, dependendo da localização, o câncer apresenta sintomas diferentes, muitas vezes parecidos com aqueles de uma doença benigna, como a gastrite. As manifestações mais evidentes aparecem em estágios mais avançados.
"O diagnóstico precoce permite melhores resultados no tratamento. É preciso ficar alerta para certos sintomas, como massa e/ou dor na parte superior do abdômen, náuseas, vômitos, sensação de inchaço, perda de peso e de apetite, indigestão, fezes escurecidas e com odor forte, fraqueza e fadiga. Em pessoas com sinais sugestivos, é feito um processo de investigação por meio de endoscopia digestiva, exame que permite a visualização e coleta de material para análise", informa Alessandro França.
Prevenção e tratamento - Uma dieta rica em frutas e vegetais frescos, sem produtos conservados em sal ou defumados, ajuda a prevenir este tipo de câncer. Pessoas que moram em locais com maiores riscos, como a região do salgado no Pará (no nordeste), devem realizar exames de investigação periodicamente. “Alguns fatores de risco importantes para o desenvolvimento deste tipo de tumor são a infecção crônica pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori), obesidade, dieta rica em alimentos condimentados, processados, conservados em sal, tabagismo e ingestão de bebidas alcoólicas”, reitera o cirurgião.
Em caso de confirmação do diagnóstico, o tratamento é feito conforme o tipo e a localização do tumor. O mais frequente é o adenocarcinoma - tumor maligno que deriva de células glandulares epiteliais secretoras. O tratamento é preferencialmente cirúrgico, que é capaz de curar o paciente eliminando o câncer, desde que o mesmo seja diagnosticado precocemente. No entanto, essa não é a realidade.
“A cirurgia se baseia na retirada de todo ou parte do estômago, podendo ser associada à quimioterapia e à radioterapia, mas nunca são usadas isoladamente como tratamento curativo de câncer de estômago”, frisa Alessandro França.
Uma pessoa consegue viver sem estômago ou com a redução do órgão. Inicialmente, terá que readaptar a alimentação e aumentar o número de refeições com redução do volume, para que possa obter todas as calorias necessárias para a pronta recuperação. Também é necessário mastigar bastante os alimentos e evitar ingestão de líquidos nas refeições. Quando ocorre gastretcomia total (retirada integral do estômago), o paciente terá que repor por via parenteral a vitamina B12.
Em alguns casos, os exames de estadiamento (que determinam a extensão do câncer) mostram que a cirurgia já é contraindicada. Muitos procuram por assistência quando não há muito o que fazer, além dos cuidados paliativos, empregados para dar qualidade de vida, diminuindo sangramento e dor nos pacientes oncológicos.