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Psicólogos debatem processos de trabalho na socioeducação do Pará

Por Alberto Passos (FASEPA)
26/09/2019 11h03

Encontro reuniu técnicos da Fasepa e membros do Conselho Regional de PsicologiaCom o objetivo de reavaliar os processos de trabalho e debater as intervenções a partir dos instrumentais técnicos na área da psicologia, a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), em parceria com o Conselho Regional de Psicologia (CRP/10ª), realizou, na quarta-feira (25), no auditório da Delegacia Geral de Polícia Civil, em Belém, o minicurso “Elaboração de Documentos Psicológicos”.

A iniciativa teve como mote a Resolução 06/2019 do Conselho Federal de Psicologia, que estabelece regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pelos psicólogos no exercício profissional como relatórios, pareceres, declarações, atestado, prontuários, outros. Isso, na prática, também impacta tanto nas tratativas junto ao Poder Judiciário, quanto dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa.

A diretora da Fasepa, Vilma MoraesNa ocasião, representando o presidente da Fasepa, Miguel Fortunato, a diretora de Atendimento Socioeducativo, Vilma Moraes, disse que “essa ação é importante, pois fará com que o psicólogo qualifique ainda mais o atendimento, e quanto mais qualificado, maiores são as possibilidades desse adolescente sair do ponto em que ele inicialmente estava ao ingressar no sistema socioeducativo, e alcançar a transformação da sua própria vida”.

Vilma Moraes informou ainda que, esse ano, estão previstas outras agendas de formação continuada e que “a nossa intenção é chamarmos todos os atores sociais que trabalham em torno da socioeducação, para dialogarmos sobre assuntos pertinentes a pasta”.

Desafios – Atendimento técnico com os adolescentes internos e suas famílias, visitas domiciliares, o fluxo e a dinâmica do trabalho, articulação com o Sistema de Garantia de Direitos, compreender as transformações socioeconômicas, afetivas e um conjunto de outros fatores, como por exemplo, a ausência de políticas públicas e os impactos que isso acarreta na vida dessa adolescente atendido pela Fasepa, são alguns dos desafios que os psicólogos precisam dar conta.

Washingthon Napoleão, do Conselho Regional de Psicologia"Quando a gente fala dessa nova resolução, nós temos que entender que o principal beneficiado será o usuário, nesse caso, o adolescente”, avaliou Washington Napoleão, membro do CRP/10ª. “Percebi o quão as pessoas buscaram se envolver com o tema, perguntaram e fizeram várias reflexões. Nesse caso, o objetivo da palestra foi atingido: que é fazer você pensar sobre uma determinada situação e buscar soluções conjuntas que respondam a uma demanda coletiva. Então, falar sobre isso e qualificar o profissional através do órgão de classe é excepcional”, declarou.

A psicóloga Rosiclea Corecha, que atua em uma unidade de internação provisória da Fasepa, acredita que o adolescente entra na socioeducação, fruto de uma realidade sociopolítica adoecida, que até aquele momento não deu certo. “E quando ele chega à socioeducação, é porque está adoecido psiquicamente. É muito saudável e importante para todos nós dialogarmos aspectos técnicos que irão refletir na vida de pessoas que precisam da nossa ajuda”, afirma.