Susipe cria grupo pioneiro de recaptura e monitoramento de presos
Na manhã desta segunda- feira (23), uma operação deu início ao trabalho do Grupo de Recaptura e Monitoramento da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe). A ação “Monitora” foi realizada pelo Comando de Operações Penitenciárias (COPE). Oito grupos foram distribuídos para atuar simultaneamente em ações de monitoramento e abordagem de internos que estavam sob monitoramento e desativaram ou não estavam usando a tornozeleira eletrônica.
Por meio de dados do Infopen, foi possível identificar endereço e localização de todos. Com a relação, os grupos saíram nas buscas em Belém e Região Metropolitana. Essa é a primeira ação da equipe de recaptura e monitoramento da Susipe, que vai funcionar de forma permanente e agrega um serviço que não existe no Brasil, inspirado em um modelo americano.
Titular da Susipe, Jarbas Vasconcelos (e) e demais autoridades que participam da operaçãoOs agentes vão atuar 24h e, de acordo com o secretário de extraordinário para Assuntos Penitenciários do Pará, Jarbas Vasconcelos, a experiência pioneira trará muitos benefícios. “Ao invés do Estado abordar essa pessoa após o crime acontecer, com o trabalho do grupo, o estado aborda antes, evitando que o crime ocorra. Com isso, nós vamos prevenir a ocorrência de crimes”, explicou.A ação “Monitora” foi realizada pelo Comando de Operações Penitenciárias
Parte dos 485 agentes penitenciários aprovados no concurso C-199 que tomaram posse em agosto também integrarão a equipe que vai monitorar os apenados com tornozeleira eletrônica no estado.
Reeducação penitenciária – A primeira intervenção do grupo teve também o caráter educativo. Os internos que estavam sem fazer o uso devido da tornozeleira eletrônica foram encaminhados para o Núcleo Gestor de Monitoração Eletrônica (NGME) da Susipe e receberam orientações das equipes. Uma das internas estava há quase uma semana sem carregar a tornozeleira.Internos que não seguem as condições estabelecidas na concessão do benefício voltam para os presídios
“A gente só pode monitorar se a bateria da tornozeleira estiver carregada. Então, a partir do momento que você deixa de carregar, se não tiver nenhum problema com o dispositivo, significa que você não está querendo ser monitorado, então você está descumprindo uma ordem judicial”, informou o diretor do núcleo gestor de monitoramento eletrônico da Susipe, Robervaldo Araújo.
Outro apenado rompeu a tornozeleira eletrônica. Ele também tinha um mandado de prisão, por tráfico de drogas, que foi descoberto por meio da ação de monitoramento da equipe. O interno passará por exames de corpo de delito e ainda nesta segunda (23) será encaminhado ao presídio.
A tornozeleira eletrônica informa o posicionamento do apenadoOs internos devem seguir as condições estabelecidas no ato da concessão do benefício. Caso contrário, o apenado estará cometendo uma falta por quebra das condições de monitoramento. Serão registrados boletins de ocorrência dos casos trazidos para o NGME e o juiz da vara de execução penal será comunicado sobre a situação.
O comandante de operações penitenciárias, tenente coronel Vicente Neto, fez uma avaliação positiva da operação. “Com a ação, nós conseguimos identificar qual a situação desse interno na questão do monitoramento eletrônico. Agora nós vamos checar por quais motivos eles estavam com a tornozeleira desligada e os que estavam com a tornozeleira rompida vão ser apresentados na delegacia e autuados”, detalhou.
Monitoramento Eletrônico – O monitoramento eletrônico no Pará é feito por meio de tornozeleiras eletrônicas. O equipamento funciona com dois sincards, um informa o posicionamento do apenado e o outro indica informações mais específicas, como, por exemplo, se a tornozeleira está carregada ou foi rompida. O monitoramento, via satélite, é feito 24h pelos agentes que ficam no Centro Integrado de Operações (Ciop).