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Dia da Culinária Paraense celebra reconhecimento da gastronomia do Estado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
25/07/2017 00h00

A originalidade e autenticidade da gastronomia paraense vêm ganhando o respeito e a admiração de profissionais da área no Brasil e no exterior. Nomes consagrados como Alex Atala, Morena Leite e Pascal Barbot são apenas alguns exemplos de chefs de cozinha que vieram buscar na culinária do Pará novos ingredientes e também a inspiração para incrementar suas criações e atender o exigente paladar dos clientes de seus restaurantes. O reconhecimento ao que hoje representa essa riqueza é celebrado neste 25 de julho, data escolhida como Dia da Culinária Paraense, pela Assembleia Legislativa do Pará, em projeto de lei do deputado Fernando Coimbra, aprovado por unanimidade na casa do parlamento estadual e sancionada em 07 de novembro do ano passado pelo governador Simão Jatene.

O dia escolhido, 25 de julho, faz referência à data de nascimento e é também uma homenagem à Anna Maria Leal Martins, que em meados das décadas de 1960 e 1970, quando cozinhar era considerada uma tarefa sem nenhum prestígio social, sendo neta de um governador (José Malcher), rompeu com antigos tabus da sociedade paraense, ao escolher a cozinha como ofício e negócio.

Seu talento era notório nos pratos diferenciados que preparava e oferecia ao público, misturando elementos específicos dos temperos amazônicos e das tradições repassadas por seus ancestrais. O pato no tucupi, a maniçoba, o casquinho de caranguejo, os peixes, os doces e as frutas regionais, entre outras comidas, ganharam destaque no restaurante Lá em Casa, um dos primeiros de grande porte a serem implantados na capital paraense, na década de 1970.

Seu filho, Paulo Martins, ampliou o legado da mãe incorporando uma visão contemporânea da alta gastronomia internacional. Ele globalizou a culinária do Pará, colocando à mesa dos grandes nomes da gastronomia nacional e internacional sabores que antes tinham um tratamento menos nobre, de menor importância e de menor valorização. Paulo Martins foi ainda o idealizador e criador do maior festival gastronômico do Norte do Brasil: o Ver-o-Peso da Cozinha Paraense.

“Eu vejo esta data como um importante reconhecimento da gastronomia para o Pará, sua cultura e economia. O momento é de comemorar. Historicamente, 30, 40 anos atrás, a gastronomia não era vista como uma cadeia de valor e fator de desenvolvimento econômico. Hoje, inclusive, merece destaque no Plano Estratégico de Turismo do Estado (Plano Ver-o-Pará). Em qualquer mídia social que se observe, os posts da gastronomia paraense são os mais curtidos. Esse reconhecimento é resultado de todo um trabalho e luta de gerações, e que nos traz ainda maiores esperanças de um futuro com mais sucesso”, afirma a neta de Anna Maria e filha de Paulo, Joanna Martins, hoje à frente do Instituto Paulo Martins.

Turismo e Gastronomia - Para o secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes, a gastronomia é elemento fundamental da cultura paraense e peça-chave na formatação de produtos e rotas turísticas pela Setur. “Temos um entendimento claro da importância da gastronomia, sob a ótica cultural, voltada a produtos turísticos, baseado naquilo que vem sendo construído ao longo do tempo e que propiciou esse fortalecimento da culinária paraense tanto no cenário nacional quanto internacional. Se hoje o Pará é uma referência nesse aspecto, isso é resultado da capacidade técnica dos chefs paraenses, dos equipamentos oferecidos, bem como dos insumos utilizados”, explica.

A importância é tamanha que turismo e gastronomia são uma das cadeias produtivas elencadas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Pará – Pará Sustentável 2030. Uma estratégia econômica elaborada pelo governo Simão Jatene, com um novo modelo econômico para o estado, que visa um crescimento ambicioso de 5% a 6% ao ano no horizonte dos próximos 15 anos. Os investimentos estarão espalhados por todo o território e até o momento já foram listadas 70 iniciativas, 230 ações e 1.400 marcos de implementação para o início do projeto. Com isso, o Pará almeja dobrar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o que deve gerar um incremento aproximado de R$ 76 bilhões.

Com base nisso, a Setur hoje desenvolve e implementa a Rota do Queijo do Marajó, Rota da Comida Ribeirinha, na região insular de Belém, e a Rota do Peixe da Esquina, em Santarém, no polo turístico do Tapajós. Estratégias que usam a riqueza de sabores da gastronomia paraense como fator de atração de turistas, incremento de fluxo de pessoas e agregam valor econômico ao produto turístico paraense.

Parte disso, inclusive, ganhará destaque na primeira etapa da Feira Internacional de Turismo da Amazônia (FITA) 2017, que vai levar o turismo e gastronomia paraense a São Paulo. Entre os dias 28 de agosto e 03 de setembro, uma mostra do Pará vai desembarcar na “Terra da Garoa”. A programação pensada pela Setur reúne ação promocional para cerca de cem operadores e agentes de viagem, encontro de negócios e festival gastronômico com o melhor que a original culinária paraense tem a oferecer.