Pesquisas feitas no Metropolitano são apresentadas em Congresso de Ortopedia
Residentes e profissionais da área da saúde que atuam no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), apresentam trabalhos no XV Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, iniciado nesta sexta-feira (06) e com programação até sábado (7), no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.
Referência em atendimentos de traumas e queimados, o HMUE recebe por ano mais de 16 mil pacientes. Diante dos desafios, profissionais e residentes dos diversos setores se debruçam sobre pesquisas que podem auxiliar o desenvolvimento de tratamentos e técnicas que, além de melhorar o estado geral dos pacientes, podem salvar vidas.
O Departamento de Ensino e Pesquisa realiza o gerenciamento das produções científicas dentro do Hospital por meio de autorizações de pesquisas, assim como proposições de estudos de estagiários, residentes e funcionários. Dentro da Unidade são elaborados trabalhos de conclusão de curso de graduação e residência, dissertações de mestrado e teses de doutorado. “A participação é fundamental para que sejam realizadas as pesquisas científicas, tendo o Metropolitano como cenário de práticas. Elas levam em conta a nossa problemática e trazem como resultado soluções que contribuem com o atendimento e a comunidade científica nacional e internacional, com a publicação em eventos e periódicos científicos, ao longo do ano”, explicou Leonardo Costa, coordenador do DEP.
Os resultados de algumas dessas pesquisas estão sendo apresentados no XV Congresso da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, no Hangar. A especialidade é o cerne dos procedimentos cirúrgicos realizados no HMUE, principalmente nos casos de fraturas expostas, cujo complicador é o potencial risco de infecção.
Funcionalidade - Entre os trabalhos está a avaliação de pacientes com fratura de fêmur estabilizada com fixador externo linear. O objetivo do estudo foi observar o comportamento pós-trauma no maior osso do corpo humano, sobretudo em jovens vítimas de acidentes de trânsito. A análise desenvolvida por profissionais da Fisioterapia considerou os impactos na autonomia e funcionalidade dos pacientes, como a perda de força e movimentos.
Em alguns casos, a possibilidade de cura é reduzida. É o que demonstra a pesquisa sobre cuidados paliativos, que atua com intervenções de ordem física, emocional, social e espiritual. O trabalho traz um relato de experiência a partir do acompanhamento de um paciente de longa permanência, internado há cerca de um ano, vítima de traumatismo raquimedular, uma lesão na medula espinhal que provoca paraplegia ou tetraplegia.
Durante a pesquisa, a equipe multiprofissional identificou dificuldades para o tratamento e propôs a adoção de condutas para controle da dor, priorizando o conforto e as preferências do paciente, além de valorizar o aspecto familiar e psicossocial. O trabalho revelou que cuidados paliativos já têm destaque na área oncológica, mas ainda há muito que avançar quando se refere a traumas, e a equipe multidisciplinar tem um papel fundamental nesse quadro.
Cartilha - Outro trabalho apresentado no evento é uma proposta de cartilha de orientações para o pós-operatório de fratura de fêmur. O impacto no osso, além de oferecer risco de morte (especialmente em idosos), provoca sequelas na capacidade funcional do indivíduo. Por isso, a recuperação exige procedimentos nem sempre acessíveis aos pacientes, principalmente os oriundos de cidades do interior.
Pensando nisso, fisioterapeutas do HMUE desenvolveram um processo com indicações domiciliares quanto ao posicionamento, mobilidade de joelho, orientações gerais para o uso de dispositivo auxiliar de marcha, além de exercícios físicos de fortalecimento muscular.
Referência no tratamento de média e alta complexidades em traumas e queimados para o norte do Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE) dispõe de 198 leitos operacionais nas especialidades de traumatologia, cirurgia geral, neurocirurgia, clínica médica, pediatria, cirurgia plástica exclusiva para pacientes vítimas de queimaduras e leitos de UTI.
O HMUE recebe pacientes da Região Metropolitana de Belém, de outros municípios do Pará e também de outros estados. Em 2018, realizou mais de meio milhão de atendimentos, entre internações, cirurgias, exames laboratoriais e por imagem, atendimentos multiprofissionais e consultas ambulatoriais.