Polícia Civil dá continuidade às investigações sobre crimes ambientais em São Félix do Xingu
Os delegados José Carlos Rodrigues (Deca) e o de Marabá, Waney FrançaNo final da manhã desta quarta-feira (28), o superintendente da Regional Alto Xingu, o delegado José Carlos Rodrigues e o delegado de crimes ambientais (Deca) de Marabá, Waney França, saíram da sede de São Félix do Xingu, sul do Pará, com destino ao alojamento das forças armadas estaduais e federais para colherem depoimentos dos que estão na ação em combate ao desmatamento e queimadas no Pará.
Os depoimentos servirão para definir a materialidade e autoria dos crimes ambientais registrados na região. Segundo o superintendente da regional Alto Xingu, as investigações estão avançando. “Foi detectado na divisa entre São Félix do Xingu e Altamira, uma fazenda com uma queimada enorme, mais de mil alqueires queimados, cerca de cinco mil hectares, então, agora estamos nos dirigindo para esse local para apurar de fato esse acontecimento e conseguir a autoria e materialidade do crime e assim servir de base ao inquérito policial que será encaminhado à justiça do estado do Pará”, pontuou o delegado José Carlos Rodrigues.
“As pessoas que foram encontradas pelos profissionais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas) e pelo Ibama já têm um indicativo de quem são os autores, agora vamos só para confirmar esses dados através dos depoimentos”, complementou.
Área desmatada em São Félix do Xingu, ao fundo, gado na área queimadaA 14º regional da Polícia Civil já instaurou um inquérito de crime ambiental e as investigações já iniciaram. Os autores, assim que identificados, serão enquadrados na lei de crimes ambientais, e podem responder por crimes contra a flora, fauna, desmatamento, provocação de incêndio e demais crimes, segundo os artigos 41 e 50 da lei 9.605 de crimes ambientais.
EXÉRCITO – Na terça-feira (27), homens do exército brasileiro chegaram a São Félix do Xingu para se juntarem as forças estaduais que auxiliarão nessa ação conjunta entre órgãos estaduais, federais e forças armadas.
Equipes do Exército estão no localDesde segunda-feira (25), um centro de operações foi instalado no Comando Militar do Norte para planejar, executar e monitorar as ações empregadas, a fim de conter e evitar novos focos de incêndio e desmatamentos ilegais. Ao todo, cerca de 46 militares do 52º BIS, estão em São Félix do Xingu para integrar a operação.
As equipes analisaram as imagens de satélite para identificar as localizações no mapa que levariam aos focos de queimadas. Já durante a tarde da terça-feira (27), os brigadistas foram a campo. Os militares fazem o reconhecimento de helicóptero e também por terra, além de atravessar o rio Xingu de barco para seguir viagem pela mata e identificar queimadas na região.
Segundo a coordenação do Exército, em São Félix do Xingu, o levantamento foi concluído e mais de 100 brigadistas estão prontos para agir em pelo menos três municípios da região, que, somados, tem uma área um pouco maior que a do estado de São Paulo.
RESULTADOS - Ainda na terça-feira (27), terceiro dia de operação na Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, as equipes estaduais, em parceria com o IBAMA, destruíram mais dois acampamentos de extração ilegal de madeira da floresta. A operação iniciou no domingo e até agora já embargou cerca de 6 mil hectares.
Somente neste mês de agosto, já foram apreendidas mais de 1,6 mil toras e 650 estacas de madeiras, além de duas balsas, seis escavadeiras, três caminhões, oito armas de fogo com munições, 12 motosserras, 19 motocicletas e 10 acampamentos de clandestinos de extração de madeira foram desarticulados.