Escolas fazem programações especiais para receber alunos da rede estadual
Os 650 mil alunos da rede pública estadual de ensino retornaram às aulas nesta quarta-feira (2). Para recebê-los, diversas escolas fizeram programações especiais de acolhimento, a exemplo da Escola Estadual Joaquim Viana, no bairro do Coqueiro, em Ananindeua, região metropolitana de Belém. Houve uma cerimônia cívica, com execução do Hino Nacional brasileiro e apresentação da banda de fanfarra da escola. A instituição conta, atualmente, com cerca de 1,7 mil alunos, divididos em três turnos.
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) quer estimular os alunos da rede pública, neste semestre, a participar da Prova Brasil. A Escola Estadual Joaquim Viana tem estimulado a participação dos alunos em atividades extracurriculares, que não apenas incentivam a busca pelo conhecimento, como também fazem com que o estudante tenha cada vez mais vontade de estar na escola.
É o que acontece, por exemplo, com os jovens Eduardo Assunção e Wilkson Silva, ambos com 17 anos de idade e alunos do segundo ano do ensino médio. Apaixonados por música, eles verificaram, neste ano, que a escola tinha equipamentos próprios para o funcionamento de uma rádio. Com o apoio da direção, reabilitaram a “Rádio Educativa Joaquim Viana”, que agora, além de animar os intervalos das aulas, mantém toda a comunidade escolar informada sobre eventos e atividades do colégio. “Gosto muito de música e, com certeza, mesmo que essa não seja a minha atividade principal, vou querer sempre ter alguma ligação com esse universo”, conta Eduardo, que já faz trabalhos como DJ e pretende cursar Engenharia Mecânica.
Segundo o professor de Matemática e coordenador do projeto, Roberto Brito, o objetivo da rádio é ser mais uma ferramenta pedagógica para melhorar a qualidade do ensino e facilitar a comunicação interna. “Temos agora dois alunos trabalhando envolvidos na rádio, mas a ideia é ampliar cada vez mais”, resume.
Cultivo – A professora de Biologia Joseane Ribeiro é idealizadora do projeto “Mãos à Horta”, que está implantando uma horta suspensa na escola. A ideia é, além de suprir a necessidade da instituição com hortaliças e verduras, ter uma espécie de laboratório vivo para as mais diferentes disciplinas. “Como a escola passou a ter o ensino integral este ano, imaginamos que esta seria uma forma de contribuir com a alimentação dos alunos e incentivar o aprendizado na prática”, pontua.
A aluna do primeiro ano do ensino médio, Ágap Gonçalves, 14 anos, aprovou a iniciativa, e já está contribuindo com a horta, doando adubos e outros materiais, como pneus, que servirão de recipientes para as mudas. “Eu não era muito chegada com plantas, mas depois de começar a participar, estou gostando. Já temos até uma horta na minha casa, que estou ajudando a cuidar”, orgulha-se.
A escola também mantém o projeto “Cidadania na escola por meio dos símbolos nacionais do Brasil”, que incentiva o estudo e a valorização da bandeira e do hino brasileiros, por exemplo. “Fazemos questão de executar o hino pelo menos uma vez por semana, sempre sob a responsabilidade de uma determinada turma”, explica a professora de Língua Inglesa Mônica Ramos, uma das coordenadoras do trabalho.
Além da revitalização da infraestrutura do prédio, a direção da escola também aproveitou o período de férias para dar cabo ao projeto “Fim da Pichação”, que consiste na valorização do muro externo da escola com grafitagens e desenhos feitos por um artista visual do próprio bairro. “A ideia era não deixar espaço nos muros para pichações. Então, escolhemos temas ligados à educação e à literatura para ilustrar o muro, o que foi muito bem recebido pelos alunos. Agora queremos trazer as pinturas também para dentro da escola”, conta o diretor, Antônio Pamplona.
Obras – Para a volta às aulas, a Seduc terminou uma série de reparos que vinham sendo feitos em diversas escolas da Região Metropolitana de Belém e do interior do Estado. A Escola Estadual Ramiro Olavo, em Ananindeua, é exemplo desse trabalho. As instalações foram reformadas, e os alunos retornaram às aulas já em uma nova escola. Também a Escola da Brasília, em Outeiro, foi totalmente reconstruída. As escolas Hilda Vieira, Pedro Amazonas Pedroso, Paes de Carvalho, São Pedro (na RMB) e Apolônia Pinheiro (em Capanema) receberam obras e serviços de reforma e manutenção.