Estado reforça ações de enfrentamento ao desmatamento na Floresta Amazônica
Em coletiva de imprensa nesta sexta (23), governador garantiu que força-tarefa vai durar pelo menos 30 diasO Estado enviou uma força-tarefa à região da Transamazônica para ações ostensivas e preventivas de combate ao desmatamento, que deve atuar por pelo menos 30 dias. A confirmação feita na tarde desta sexta-feira (23), em coletiva de imprensa, pelo governador Helder Barbalho, compõe uma série de medidas tomadas em prol da preservação ambiental na região da Amazônia Legal. Para o chefe do Executivo Estadual, as queimadas são um problema gravíssimo da humanidade, cuja repercussão internacional poderá gerar embargos e sanções econômicas devastadoras.
Helder afirmou que o Fórum de Governadores está construindo uma carta-manifesto, solicitando que o Governo Federal possa cooperar e colaborar na formação de brigadistas. A atuação ocorreria em paralelo às parcerias que possam ser estabelecidas com a presença das Forças Armadas – já há um encaminhamento nesse sentido, com foco na fiscalização do desmatamento e contenção de áreas de focos de queimada. Ele admitiu que o Governo do Pará não tem condições de realizar esse enfrentamento sem apoio dos demais entes.
"Estamos junto ao [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] ICM-Bio, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [Ibama], Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) em ações de combate e reforço ao monitoramento e fiscalização, que possam permitir a repressão daqueles que estão agindo de forma ilegal", reforçou o governador, detalhando a composição da força-tarefa. "Temos alertado sobre o crescimento do desmatamento desde o início do ano. Porém, isto tudo ganha uma proporção muito mais elevada com a diminuição das chuvas", explica.
Neste momento, há a confirmação de um foco de queimada permanente no sul do Estado, localizado dentro da Floresta Nacional de Carajás, gerida pela Vale, que já sinalizou estar estruturada com brigadistas para evitar aumento ou permanência.
"É importante registrar que estamos cada vez mais percebendo que os focos de incêndio são frutos do desmatamento pontual, muito provavelmente pela atividade criminosa e também daqueles que imaginam ter campo livre e espaço. Eles buscam avançar na atividade do agronegócio em áreas proibidas de desmatamento para a reversão da floresta para a atividade, seja da pecuária ou agricultura", pontuou Helder.
Resultado – Há 15 dias, foi registrada, pelos mesmos atores envolvidos na força-tarefa, a apreensão de 2 mil metros cúbicos de madeira em 100 carretas, além da prisão de pessoas envolvidas e tratores. "Já estávamos fazendo ações junto com ICM-Bio e Ibama, já que 72% das áreas que estão com foco de desmatamento e queimadas são, e precisam do envolvimento efetivo das Forças Federais no sentido de cooperar e colaborar", justificou o governador.
Helder informou que envio de missão de Garantia da Lei e da Ordem à região, pelo governo federal, vai somar forças ao EstadoSegundo ele, não haverá qualquer diminuição no ritmo das operações, conjuntas ou isoladamente. “Precisamos reforçar a mensagem institucional de que aqueles que estiverem dentro da legalidade contarão com nosso apoio. Aqueles que estiverem de forma ilegal, terão a força do cumprimento da lei. Não é possível que convivamos com o sentimento da impunidade ou que está tudo liberado, que pode desmatar e não vai ter consequência", reafirmou Helder.
Ele relatou ter recebido um contato da Casa Civil da Presidência da República nesta quinta (22), sobre o envio de uma missão de Garantia da Lei e da Ordem à região, que entendeu como uma preocupação do Governo Federal em unir forças com os governadores da Amazônia Legal.
"Nossa opinião é de que estamos desejosos dessa parceria. Queremos que a cooperação do Exército, Aeronáutica, Marinha possam somar forças aos nossos. Precisamos conter este devastamento e salvar a Amazônia, um ativo do nosso País e da sociedade com um ponto muito sensível declarado há alguma semanas: o impacto econômico é inevitável. Imaginar que estamos lidando com algo isolado, só da questão ambiental, é um equívoco", externalizou o chefe do Poder Executivo Estadual.
Para Helder, agora é hora de construir. "Temos problemas demais para nos apanharmos em questões periféricas. Fundamental é que tenhamos todos a sensibilidade e dimensão deste problema e desafio".