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Serviço de Ostomia do Pará será referência para o estado de Sergipe

Por Roberta Vilanova (SESPA)
21/08/2019 17h50

Equipe da Secretaria de Saúde de Sergipe realizou uma visita técnica para conhecer de perto o atendimento na Ures Presidente VargasO Serviço de Ostomia da Ures Presidente Vargas, vinculada a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), será referência para o estado de Sergipe, que pretende melhorar o atendimento aos seus usuários. Para isso, uma equipe de servidores sergipanos realizou, nos dias 19 e 20 de agosto, uma vista técnica para conhecer de perto como funciona o serviço no Pará.

A ostomia, ou estomia de eliminação, é um procedimento cirúrgico realizado quando é preciso construir um novo trajeto para eliminar a urina e as fezes. Geralmente, é realizado depois de condições traumáticas ou patológicas, tais como perfurações no abdômen, doenças no intestino, no reto e na bexiga, que podem gerar necessidade de uma ostomia para a preservação da vida.

O secretário de Estado de Saúde, Alberto Beltrame, que é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), ficou feliz com a solicitação de Sergipe. Para ele, “é muito importante a troca de informações entre as secretarias estaduais, para que as experiências exitosas sejam conhecidas e reproduzidas em diversos lugares do Brasil, melhorando, cada vez mais, os serviços no SUS”.

Técnicos da Sespa e de SergipeA equipe visitante, formada pela enfermeira e coordenadora do Centro de Atenção Especializada (Case), Jéssica Silva; pelo coordenador do Centro de Distribuição de Insumos e Medicamentos (Cadim), Sisino Aguiar; e pela enfermeira e assessora técnica do Cadim, Taís de Aragão, foi recebida pela diretora da Ures Presidente Vargas, Eleita Aragão, e por todo o grupo que atua no Serviço de Ostomia.

Jéssica Silva informou que a equipe veio conhecer de perto o fluxo de trabalho da atenção aos ostomizados, que vem dando certo em Belém. “Em Sergipe, estamos tentando melhorar o atendimento em todos os sentidos para esses pacientes, inclusive, tornando-o mais acolhedor e humanizado. Queremos saber o que está dando certo no Pará e até conhecer os erros iniciais, pois as boas ideias precisam ser copiadas sempre porque quem vai ganhar é usuário do SUS”.

Funcionamento – A coordenadora do Serviço de Ostomizados da Sespa, Francisca Santino, informou que os pacientes atendidos vêm encaminhados dos hospitais, com laudo do cirurgião, para receberem a bolsa de coleta e todas as orientações necessárias para o uso correto. “Aqui o usuário conta com uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e nutricionistas”, listou.

Segundo Francisca, atualmente, o serviço tem cerca de 1.800 usuários cadastrados, que precisam da ostomia permanente ou provisória. “Diariamente, nós atendemos cerca de 80 pacientes, com a entrega de bolsas coletoras e adjuvantes”, informou a coordenadora. “A gente sente que cada setor que os servidores de Sergipe estão conhecendo é uma novidade para eles. Seria muito bom se todo o Brasil tivesse um atendimento com esse acompanhamento humanizado”.

Serviço do Pará tem cerca de 1.800 usuários cadastrados, que precisam da ostomia permanente ou provisóriaPerfil dos usuários – Segundo a enfermeira Dione Seabra, a maioria dos usuários é formada por pacientes oncológicos, crianças com má formação congênita, mas também tem recebido muitas vítimas de arma de fogo e arma branca. “Aliás, os casos motivados por violência vêm em segundo lugar”, observou.

Dione informou, ainda que, como o serviço da Ures é o único que existe para atender aos pacientes do SUS de todo o Estado, muitas vezes, para facilitar o atendimento de quem vem de municípios distantes da capital, a dispensação de bolsas e adjuvantes é feita para durar mais de um mês.

A assistente social Telma Barbosa de Souza mostrou que o serviço social é responsável pelo primeiro contato, acolhimento e cadastro do usuário, para em seguida, passar para a consulta com a enfermagem. “Nossa missão principal é informar sobre todos os seus direitos como paciente ostomizado. A gente orienta quanto ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), Passe Livre, Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e todos os demais”, informou Telma

Avaliação – Segundo Sisino, a diferença entre o atendimento do Pará e o de Sergipe é que lá o Serviço de Ostomizado funciona juntamente com o de órtese e prótese, e ainda com a dispensação de medicamentos especializados. O horário é reduzido, das 7h às 13h, assim como o número de profissionais que trabalham também é pequeno se comparado com o da Ures.

Diretora da Ures Presidente Vargas, Elenita AragãoA assessora técnica do Cadim de Sergipe, Taís de Aragão, fez uma avaliação positiva do serviço. “É extremamente estruturado e são poucos no Brasil que estão no mesmo nível do daqui. Um ponto importante é a existência da consulta de enfermagem em que o paciente é orientado e acompanhado. Outro é a dispensação de mais de uma marca de bolsa coletora para o usuário poder escolher a que se adequa melhor à sua estrutura física, conforme prevê portaria 400 do Ministério da Saúde”, disse.

A diretora da Ures Presidente Vargas, Elenita Aragão, contou que se sente honrada em fazer parte da unidade de saúde no momento em que esse serviço está servindo de modelo para outros estados brasileiros. “Inclusive, tomei conhecimento de comentários feitos em congressos médicos no Sul e Sudeste do Brasil, afirmando que é uma referência nacional, e fico muito feliz por isso”, comemorou a diretora.