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PREVENÇÃO E CUIDADOS

Ação do Julho Amarelo realiza cerca de 570 testes rápidos de hepatites virais

Por Roberta Vilanova (SESPA)
28/07/2019 18h48

Realização de cerca de 570 testes rápidos de hepatite B e C, com 12 positivos para hepatite C e nenhum para a hepatite B foi o resultado da ação alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que aconteceu, neste domingo (28), na Praça da República, sob coordenação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Além de oferecer o teste rápido em unidades móveis, a ação teve a finalidade de divulgar informações sobre sinais e sintomas das hepatites virais e chamar a atenção da população para a importância de tomar a vacina contra a hepatite B e fazer os testes rápidos que estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), pois as hepatites virais são doenças silenciosas que podem levar anos para se manifestar.

O evento, que teve apoio da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e do Laboratório Gileade, encerrou o Projeto Julho Amarelo, que levou atividades educativas e testes rápidos para o diagnóstico das hepatites B e C, aos municípios mais procurados pelos paraenses durante as férias de julho.

Nesta campanha, os diabéticos fizeram parte do público-alvo porque um paciente com hepatite tipo C tem risco até quatro vezes maior de desenvolver diabetes tipo 2 em relação a indivíduos que nunca tiveram contato com vírus. Também foram convidadas a participar as pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1992, pois antes dessa data não existia o exame para detectar a hepatite C nos hemoderivados.

A chefe da Divisão de Controle das Doenças Transmissíveis da Sespa, Deborah Crespo, que é hepatologista, faz uma avaliação positiva da ação, pois graças ao evento, essas 12 pessoas puderam descobrir que têm a doença e ser encaminhadas para novos exames e confirmar o resultado e iniciar imediatamente o tratamento, já que a hepatite C tem cura.

"Temos aqui pessoas que não sabiam que estavam infectadas pelo vírus e que tiveram a oportunidade não só de tomar conhecimento da doença, como também ter acesso ao tratamento que hoje tem 98% de cura", disse a especialista. Ela ressaltou, ainda, que quando não tratadas, as hepatites virais podem causar a cirrose hepática ou câncer primário de fígado e alertou os diabéticos para que façam o teste porque podem ter o vírus sem saber.

O motorista aposentado Francisco das Neves
3 Costa, de 63 anos, disse que tomou conhecimento da ação pela televisão e decidiu fazer o teste porque se preocupa com a prevenção de doenças. "A gente tem que se precaver para poder combater o vírus da hepatite", disse ele.

A dona de casa Sandra Maria de Lima Catanhede, de 67 anos, que é diabética e faz direito o controle da doença, também atendeu ao chamado da Sespa e foi fazer o teste rápido de hepatite em função dessa informação nova relacionando hepatite C com diabetes. "Eu faço acompanhamento a cada dois meses, faço todos os exames e tomo os remédios direitinho, mas vim em busca do teste para tirar a dúvida, já que há muitas doenças que a gente nem sabe que tem" relatou a dona de casa.

O técnico em Contabilidade, José Jacob, de 67 anos, que também é diabético e controla a doença com o uso de insulina, decidiu ir fazer o teste rápido porque é uma informação importante para o seu tratamento. Ele aprovou a ação do Julho Amarelo na praça porque possibilita às pessoas saberem de forma gratuita se têm ou não a doença. "Eu acho que os homens deveriam cuidar melhor da sua saúde, assim como as mulheres fazem para poder levar uma vida mais saudável", opinou o contabilista.

Transmissão – As hepatites virais são inflamações do fígado causadas por cinco diferentes tipos de vírus: A, B, C, D e E. As hepatites B, C e D são transmitidas por sangue contaminado, relação sexual desprotegida e da mãe infectada para o filho na hora do parto. As hepatites B e C são consideradas as mais graves porque podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado, sendo que a hepatite D só ocorre em quem tem hepatite B. As hepatites A e E são transmitidas por água ou alimentos contaminados por fezes com os vírus, sendo que a hepatite A pode ser transmitida também por sexo oral sem preservativo.

Por serem doenças silenciosas, na maioria das vezes não apresentam sinais e sintomas, mas quando se manifestam, o indivíduo pode apresentar fadiga, falta de apetite, enjoo, vômitos, urina escura, fezes esbranquiçadas, pele e olhos amarelados (icterícia), dor no estômago e diarreia.

Em 2018, foram notificados 857 casos novos de hepatites virais, dos quais 390 do tipo B e 313 do tipo C. Em 2019, até o dia 23 de julho, tinham sido notificados 402 casos, dos quais 186 do tipo B e 174 do tipo C.

Prevenção – As principais medidas preventivas contra as hepatites B, C e D são: evitar contato com sangue, não compartilhar objetos perfurocortantes; usar material individual e esterilizado em tatuagens, piercings e serviços de manicure; e usar preservativo em todas as relações sexuais; e as gestantes também devem fazer o teste no pré-natal e tomar as três doses de vacina para hepatite B se nunca foram vacinadas.
Para evitar as hepatites A e E, as principais medidas preventivas são: lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, antes de comer ou preparar alimentos; lavar frutas e verduras com água tratada, clorada ou fervida; cozinhar bem os alimentos, principalmente mariscos e carne de porco; não tomar banho ou brincar em valões, riachos, enchentes ou perto de onde haja esgoto a céu aberto.

Existe vacina contra a hepatite B disponível nos postos de saúde para as pessoas de todas as idades e também vacina contra a hepatite A para as crianças de 12 meses até cinco anos de idade. Quem toma vacina contra a hepatite B fica protegido contra a hepatite D. Ainda não existe vacina contra a hepatite C.

Serviço: Os testes rápidos estão disponíveis nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e nas Unidades Básicas de Saúde. Para saber sobre doenças do fígado, a população pode acessar o site "Tudo sobre fígado" (https://tudosobrefigado.com.br/) mantida pela SBH.