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Investidores russos conhecem projeto e estudam participação na Ferrovia Paraense

Por Redação - Agência PA (SECOM)
09/08/2017 00h00

A estatal russa RZD, uma das maiores companhias ferroviárias do mundo, conheceu o projeto e pode ser uma parceira do Governo do Pará na implementação da Ferrovia Paraense, que liga o norte ao sul do estado, pela banda leste. Nesta terça-feira, 8, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Adnan Demachki, teve um encontro em Brasília com Bernardo Figueiredo, representante da RZD no Brasil e consultor internacional na área de logística.

No encontro, Adnan mostrou a Bernardo o projeto da Ferrovia Paraense, despertando o interesse do consultor no empreendimento. Segundo Bernardo, o projeto é ousado, mas passa total credibilidade para sua efetivação. “Conheço o Pará, sei da atual situação estável política e econômica de seu governo atual e tenho certeza que, graças também a esses fatores, a Ferrovia Paraense poderá ser uma realidade”, disse o consultor.

A RZD é uma das maiores companhias ferroviárias do mundo, com 1,2 milhão de funcionários e um monopólio dentro da Rússia. A extensão total da malha ferroviária usada pela RZD é de 85 mil km, uma das maiores do planeta. A companhia é responsável por 3,6% do PIB russo e detém o controle de 80% do transporte de passageiros e 82% do transporte de cargas no país. Por ano, aproximadamente 1,3 bilhão de passageiros e 1,3 bilhão de toneladas de cargas viajam via RZD. A empresa possui em torno de 20 mil locomotivas, 25 mil vagões de passageiros e 650 mil vagões de cargas.

No Brasil, a RZD já manifestou interesse em participar do projeto da Ferrovia Norte-Sul. Nas últimas semanas, os russos solicitaram uma série de informações técnicas sobre o empreendimento à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo Bernardo Figueiredo, “o fato da Ferrovia Paraense buscar uma conexão com a Norte-Sul credencia o projeto paraense a despertar o interesse da empresa russa”. Além disso, segundo Bernardo, o Governo do Pará está “engajado em apoiar os investidores e isso cria um ambiente favorável para a atração de mais interessados no projeto”. O próximo passo após a reunião, segundo Figueiredo, é estudar e estruturar um grupo a partir dos empresários russos para analisar como será essa participação no projeto.

A Ferrovia

A Ferrovia Paraense deverá cortar a porção oriental do estado de sul a norte em 1.312 quilômetros, devendo se conectar com a Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o porto de Barcarena, na Região Metropolitana de Belém, porto brasileiro mais próximo dos mercados consumidores como China, Europa e Estados Unidos. O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga.

O licenciamento ambiental já está sendo conduzido por órgãos estaduais, com chance de o vencedor do certame assinar o contrato de concessão com a licença em mãos; já existe mapeamento de desapropriações de 770 imóveis ao longo da ferrovia. A possibilidade de coligação da Paraense com a Norte-Sul, num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia (MA) - trecho final da Norte-Sul - abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense, e é um dos atrativos do projeto para a iniciativa privada. A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios e tem capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas ano.