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Projeto da Ferrovia Paraense é apresentado a expoentes do agronegócio brasileiro

Por Redação - Agência PA (SECOM)
09/08/2017 00h00

Um dos mais importantes fóruns de discussão e identificação de oportunidades de desenvolvimento das cadeias produtivas do Brasil abriu espaço nesta quarta-feira (9), para o projeto da Ferrovia Paraense. Por mais de uma hora, o secretário de  Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Adnan Demachki, falou aos representantes de 63 órgãos e entidades ligados ao agronegócio brasileiro durante a 55ª Reunião Ordinária da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio. O encontro aconteceu no prédio do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa), em Brasília.

As Câmaras Setoriais e Temáticas são fóruns de interlocução criados pelo Ministério da Agricultura para a definição das ações prioritárias de interesse do agronegócio brasileiro e seu relacionamento com os mercados interno e externo. A Câmara Temática trata de serviços, temas ou áreas de conhecimento relacionadas às diversas cadeias produtivas, e é constituída por representantes de várias entidades.

Na reunião de hoje, o projeto da ferrovia teve a atenção dos principais órgãos e entidades ligados à infraestrutura e logística no Brasil, como os ministérios da Agricultura, Fazenda, Planejamento e Transportes; BNDES, Sociedade Rural Brasileira, Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Associação Brasileira do Agronegócio, Associação Brasileira dos Exportadores de Carne, Associação Brasileira da Indústria Ferroviária, Associação Brasileira de Movimentação e Logística, Associação Brasileira de Terminais Portuários, Associação dos Exportadores de Açúcar e Álcool, Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários e Associação Nacional dos Usuários de Transportes de Cargas (ANUT).

Adnan Demachki expôs aos membros da Câmara todos os detalhes do projeto, explicando sua relação com o desenvolvimento não só do Pará, mas de todo o País. Falou ainda da conectividade entre a ferrovia paraense e outros dois projetos ferroviários em implantação no estado, como a Ferrovia Norte-Sul e a Ferrogrão. Sobre esta última, o titular da Sedeme foi enfático: “Queremos contribuir com a Ferrogrão, que vai exportar a soja do Mato Grosso pelos portos paraenses, mas queremos também que o Mato Grosso e o Brasil nos ajudem a escoar a soja paraense pela nossa ferrovia”.

Luis Henrique Baldez, diretor-presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transportes de Cargas, classificou o projeto da ferrovia do Pará como “bem concebido e bem estruturado”. “O estado do Pará, rico como é, precisa viabilizar sua logística para não ficar só no potencial. Por isso é tão importante esse trabalho que vem sendo feito pelo secretário e pelo próprio governador, de percorrer o país mostrando o projeto e sua viabilidade, para captar parceiros”, disse Baldez.

Edeon Vaz Pereira, presidente da Câmara Temática de Infraestrutura e Logística do Agronegócio e da Aprosoja, disse que “a ferrovia vem resgatar a necessidade de infraestrutura e logística de uma área importante”. “Diferente dos Estados Unidos, por exemplo, onde a infraestrutura foi na frente e a ocupação acompanhou, temos um cenário em que produtor vai na frente e o governo corre atrás com a infraestrutura. Esse projeto paraense é um dos poucos que caminha no sentido de garantir primeiro a infraestrutura, para estimular a ocupação e o desenvolvimento”, comentou.

Nos próximos dias, o presidente da Câmara Temática vai viajar à Rússia para conhecer o sistema ferroviário daquele país, um dos que mais utiliza esse tipo de logística no mundo. “Vou levar aos russos esse projeto da Ferrovia Paraense, para apresentá-lo nos três dias em que estarei dialogando com o empresariado local, de forma a mostrar o seu potencial como alimentador da Ferrovia Norte-Sul”, informou.

A Ferrovia

A Ferrovia Paraense deverá  cortar a porção oriental do estado de sul a norte em 1.316 quilômetros, devendo se conectar com a Ferrovia Norte-Sul, permitindo que esta chegue até o Porto de Barcarena, que no Brasil é o mais próximo dos grandes mercados consumidores como China, Europa e Estados Unidos.

O custo do projeto é estimado em R$ 14 bilhões, considerando investimentos na construção da própria ferrovia e de entrepostos de carga. O licenciamento ambiental está sendo conduzido por órgãos estaduais, com chance de o vencedor do certame assinar o contrato de concessão já com a licença em mãos, e também foi feito um mapeamento de desapropriações de 770  imóveis ao longo da ferrovia.

A possibilidade de coligação da Ferrovia Paraense com a Norte-Sul, num trajeto de apenas 58 quilômetros entre Rondon do Pará (PA) e Açailândia (MA) - trecho final da Norte-Sul - abre caminho para uma nova alternativa de escoamento de carga em um porto paraense, e é um dos atrativos do projeto para a iniciativa privada.

A Ferrovia Paraense cruzará 23 municípios paraenses e terá capacidade de carga de até 170 milhões de toneladas/ano.