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Profissionais debatem procedimentos de segurança e inteligência na socioeducação

Por Alberto Passos (FASEPA)
10/07/2019 19h14

O auditório Paulo Freire, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Campus Telégrafo, em Belém, ficou lotado nesta quarta-feira (10) para mais um círculo de palestras multifocal, promovido pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa). O encontro é parte de um conjunto de ações estratégicas desenvolvido pela Fundação, com o objetivo de produzir conhecimento, qualificação e formações continuadas aos servidores na área técnica, administrativa, logística e operacional.

Denominado "Perspectivas das Atividades de Inteligência na Socioeducação: Uma possibilidade para a segurança e proteção da comunidade socioeducativa", o evento propôs um debate participativo com uma temática específica, voltada aos monitores que atuam na ponta do trabalho com os jovens internos, além da equipe técnica e representantes das instituições públicas ligadas à rede intersetorial, como Polícia Civil, por meio da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data), Guarda Municipal, Uepa, Polícia Militar - via Companhia Independente Especial de Polícia Assistencial (Ciepas) -, Tribunal de Justiça e Ministério Público.

Para o delegado do Estado do Espírito Santo Jeremias Santos, mestre em Segurança Pública, "a atividade de inteligência é conhecida de todos os organismos públicos, mas na sua essência tem como finalidade produzir conhecimento para subsidiar os gestores no planejamento, na metodologia de trabalho e metas, de modo que ele consiga prevenir situações de crise", informou. Ele ressaltou que, desta forma, "ter uma base de informações permite rever e estabelecer normas, procedimentos e fluxos de trabalho com dados estatísticos relacionados às áreas afins da socioeducação".

Ainda segundo o delegado, a utilização da inteligência estratégica, e seus benefícios no ambiente corporativo, é algo relativamente novo no Brasil. "Nós tivemos algumas experiências da aplicabilidade e os resultados desse trabalho no contexto socioeducativo em Recife (PE), João Pessoa (PB), Brasília (DF) e Goiânia (GO). Nós, realmente, precisamos seguir avançando com a ideia de trazer essas boas práticas, como podemos ver no Espírito Santo, para que possamos colher melhores resultados naquilo que nos propomos a fazer", disse Jeremias Santos.

Experiências - A partir da atuação da monitoria nas 16 unidades socioeducativas da Fasepa no Estado, e da meta de melhorar cada vez mais os resultados dos processos de trabalho, os profissionais expuseram alguns entraves e desafios, no sentido de superá-los. Eles ouviram atentamente algumas experiências bem-sucedidas no âmbito socioeducativo no Espírito Santo e sistematizaram experiências vivenciadas por eles na rotina de trabalho.

"Nós avaliamos como positiva a nossa direção estar implantando esse trabalho de capacitação aos nossos servidores. A gente observa que os assuntos discutidos nesses eventos promovidos pela instituição têm uma boa aceitação e participação dos colegas, principalmente a equipe de monitoria", constatou Mário Queiroz, coordenador geral de Segurança da Fasepa. Segundo ele, "o trabalho socioeducativo desenvolvido no Pará é destaque no cenário nacional. A gente percebe que a ressocialização dos jovens aumentou, houve redução de situações de conflito nas unidades, e isso se deve ao novo momento que estamos vivendo, com esse olhar diferenciado para o profissional da socioeducação".

Amplo debate - Sempre com temas e situações pertinentes ao contexto socioeducativo, e com temas relacionados ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ao Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), a Fasepa chega ao segundo círculo de palestras em menos de uma semana. Os encontros permitem um amplo e efetivo debate, com diferentes profissionais ligados à área da infância e juventude, sobre a importância da integração das diferentes políticas públicas para a garantia e efetivação dos direitos de adolescentes e jovens autores de atos infracionais, além do papel e das responsabilidades destes profissionais na sua rotina profissional, explicou a delegada Talita Rosal.

"Quanto mais integrados os órgãos estiverem, maior é o fluxo de informações e mais condições nós temos de prestar um bom serviço ao adolescente e à sociedade, uma vez que esse jovem será reintegrado a ela", disse a delegada, acrescentando que "a minha avaliação é que os órgãos envolvidos vêm evoluindo no que tange a assuntos afins, envolvendo adolescentes em conflito com a lei".

De acordo com o presidente da Fasepa, Miguel Fortunato, "é fundamental que em todos os nossos eventos possamos contar com as instituições que constroem esse processo da Política do Atendimento Socioeducativo. É um tema que, apesar da sua importância e complexidade, precisa ser mais debatido, e ter uma melhor atenção de todos nós. O nosso intuito é trabalhar de forma estratégica as nossas ações, de forma que possamos prevenir ou minimizar qualquer risco que nossos servidores e adolescentes, eventualmente, possam correr no ambiente de trabalho".