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Nas férias, também é preciso evitar acidentes com animais peçonhentos

Por Roberta Vilanova (SESPA)
09/07/2019 20h45

Com a chegada das férias escolares, além de se prevenir de acidentes de trânsito, queimaduras por excesso de sol, desidratação e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a população que viaja para balneários e áreas rurais precisa estar atenta para evitar acidentes com animais peçonhentos. O alerta é da Coordenação Estadual de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), segundo a qual 70% dos acidentes com animais peçonhentos envolvem serpentes, 24% escorpiões e 4% aranhas. "Noventa por cento dos acidentes com serpentes envolvem o gênero Botrops (jararaca)", disse a coordenadora Estadual de Zoonoses, Elke de Abreu.

Para se prevenir de acidentes com serpentes, a coordenadora orienta a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de couro e botas de cano alto, além de perneira, durante trilhas e passeios na mata. Nas limpezas de áreas com acúmulo de lixo, nos serviços de jardinagem e na limpeza de terrenos e deslocamento de móveis é preciso usar sapatos fechados e luvas grossas.

Em relação a acidentes com aranhas e escorpiões, o correto é observar com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer. Se encontrar animais peçonhentos, a orientação é se afastar com cuidado, evitar assustar ou tocar nos animais, mesmo que pareçam mortos; não colocar as mãos desprotegidas em tocas ou buracos na terra, troncos ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em monte de lenhas ou pedras, e embaixo de rochas.

A pessoa deve inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los; afastar camas e berços das paredes; não deixar que lençóis ou cobertores encostem no chão, pois escorpiões e aranhas podem subir por eles. "Também não mexa em colmeias ou vespeiros, caso esses estejam em áreas de risco de acidentes. Chame a autoridade local competente para remoção. Na atividade de pesca manuseie cuidadosamente os peixes durante sua retirada do anzol ou rede", acrescentou a coordenadora estadual.

Em caso de acidentes com esses animais o procedimento correto é procurar atendimento médico imediatamente; lavar o local da picada com água e sabão (exceto acidentes por águas-vivas e caravelas) e manter a vítima em repouso até a chegada à unidade de saúde; não amarrar o membro acidentado e não cortar, sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada; não ingerir ou oferecer bebida alcoólica ao acidentado; informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo, cor e tamanho. No caso de acidentes com água-viva e caravela, fazer compressas geladas com soro fisiológico e lavar o local com ácido acético (vinagre), mas sem esfregar a região; remover os tentáculos aderidos à pele com pinça ou lâmina, e procurar assistência médica. De acordo com a gravidade do caso, o tratamento pode necessitar de aplicação de soro antiveneno.

A Coordenação Estadual de Zoonoses recomenda que os profissionais de saúde notifiquem todo tipo de acidente com animais peçonhentos, mesmo que não seja utilizado tratamento soroterápico.

Serviço: Em caso de dúvidas quanto à espécie envolvida nos acidentes por animais peçonhentos, os profissionais de saúde podem entrar em contato com o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) pelos telefones: 08007226001/ (91) 3259-3748/ 3249-6370.