Santa Casa discute abortamento legal e atendimento a vítimas de violência
A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará realizou nesta terça-feira (25) a 8ª Roda de Conversa sobre Abortamento Legal e Profilaxia após Violência Sexual. O evento, iniciado às 10 h, contou com a participação de integrantes do Tribunal de Justiça do Estado e da Fundação ParáPaz, além de acadêmicos, servidores e representante do movimento de mulheres.
A oitava roda de conversa sobre o tema mobilizou dezenas de profissionaisPara Maria Luciene Moura, da Fundação ParáPaz, as rodas de conversa são importantes porque buscam o comprometimento de toda a rede no combate e na prevenção do abuso e da agressão sexual, por meio da sensibilização dos profissionais, para que as vítimas sejam atendidas na integralidade dos seus direitos sociais. "Essas rodas de conversa são muito importantes para evitar que a pessoa vá de um lugar para outro à procura de atendimento, já que a Santa Casa é referência para os casos que necessitam de aborto, oferecendo também suporte de qualidade para atender essas vítimas, além de desenvolver um trabalho de combate e prevenção a esse tipo de violência", destacou Luciene Moura.
A psicóloga Crissia Cruz foi a facilitadora da roda de conversa, e frisou o objetivo dessas rodas, que é formar uma corpo técnico capacitado para realizar os procedimentos de abortamento previsto em lei, e no caso da profilaxia o foco é na realização de uma escuta sensibilizada à mulher que sofreu violência sexual, pois muitas vezes o relato é desacreditado.
Duas frentes - "A gente tá fazendo essas rodas desde outubro do ano passado. Desde as primeiras rodas a gente tem tido uma boa participação, e viemos identificando alguns problemas e buscando soluções, como trabalhar em duas frentes: uma responsável pela profilaxia, onde a mulher é atendida logo após a violência sexual, e a outra pelo serviço de abortamento legal, em que a Santa Casa é o único hospital público do Estado oferecendo este serviço", explicou Crissia Cruz.
Para Eveny da Rocha Teixeira, psicóloga do TJE, é impossível falar de abortamento legal fora do contexto da violência doméstica, de gênero e da condição da mulher no Estado. Essas rodas de conversa têm o objetivo de sensibilizar os servidores para essa temática, pois a ideia é unir a comunidade aos demais participantes dessa rede. Segundo a psicóloga, "precisamos chamar todos os atores que trabalham com violência de gênero e saúde da mulher, as instituições que recebem essa mulher em diversos pontos da rede. Por isso, é tão importante sensibilizar os servidores da Santa Casa para essa temática",