Sespa retoma atendimento de pacientes especiais em ambiente hospitalar
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) retomou o atendimento odontológico de pacientes com necessidades especiais em ambiente hospitalar, que estava suspenso há aproximadamente um ano no Hospital Ophir Loyola (HOL). O serviço é destinado apenas aos doentes que só podem passar por procedimentos odontológicos se estiverem com anestesia geral e com todo o suporte de um bloco cirúrgico.
A coordenadora estadual de Saúde Bucal, Alessandra Amaral, argumentou que o serviço é fundamental para os pacientes atendidos no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) Presidente Vargas, onde já havia uma fila de espera com mais de 30 pacientes de todo estado do Pará, aguardando há cerca de um ano por atendimento.
A reativação do serviço ocorre de forma temporária até que seja definida uma instituição hospitalar que seja referência nesse tipo de atendimento. "Como no HOL só são atendidos pacientes com mais de 18 anos, será implantado também um serviço temporário na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna para atender às crianças", acrescentou a coordenadora.
HOL – A chefe da Divisão de Odontologia do HOL, Elsa Barros, informou que os procedimentos odontológicos são realizados pelos próprios cirurgiões-dentistas especialistas em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais (PNE), que já atendem aos pacientes no CEO Presidente Vargas. "Além de sala no bloco cirúrgico, são disponibilizados um anestesista, um leito normal, um leito em UTI e sala de recuperação pós-anestésica", informou Elsa.
Serviço especializado – O CEO Presidente Vargas é o único que realiza procedimentos em pacientes com necessidades especiais em ambiente hospitalar, por isso recebe doentes dos 144 municípios paraenses, que são encaminhados por unidades básicas de saúde ou por outros Centros.
Suzana Araújo, Alessandra Grotti e Nazaré Carvalho, do CEO Presidente Vargas, que atende pessoas de todos os municípios paraensesSegundo a coordenadora do CEO Presidente Vargas, Alessandra Grotti, os procedimentos no HOL ocorrem duas vezes por mês, geralmente às sextas-feiras, e são realizados por cirurgiões-dentistas do próprio Centro. "Os instrumentais e materiais utilizados também são nossos", ressaltou a cirurgiã-dentista.
Ela informou que o CEO atende cerca de 1.300 pacientes por mês, entre pessoas com deficiência física, paralisia cerebral, transtorno do espectro autista (TEA), deficiência intelectual, visual, auditiva, síndromes genéticas, síndromes neurológicas, síndrome de Down, epilepsia e pacientes renais crônicos. Cerca de 40% deles precisam de ambiente hospitalar para receber os procedimentos odontológicos, já que os cirurgiões-dentistas não conseguem atendê-los no consultório.
Alessandra Grotti disse que é agendado um paciente de cada vez, e numa manhã, são realizados todos os procedimentos que levariam de três a seis meses para serem feitos em ambiente ambulatorial.
"Dessa forma, reduz-se o estresse do paciente especial, assim como da própria família, já que muitos são de famílias de baixa renda e vêm de municípios distantes da capital", explicou a coordenadora. "Entre os procedimentos estão restaurações, extrações e profilaxia, que parecem simples, mas só são viáveis nesses pacientes se eles estiverem anestesiados em bloco cirúrgico", observou ela.
Humanização – O serviço do CEO Presidente Vargas conta com profissionais especialistas nas áreas de Endodontia, Periodontia, Cirurgia Oral Menor, Radiologia e Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais em nível ambulatorial e hospitalar. Também conta com técnicos e auxiliares de saúde bucal, como as servidoras Suzana Araújo (ASB) e Nazaré Carvalho (TSB). Todos comprometidos com a humanização no atendimento dos usuários do SUS.
Maria Helena e sua filha Maria Gilvane, uma das pacientes atendidas pelo CEO Presidente VargasSuzana trabalha há 14 anos no Centro e disse que se sente muito feliz em ajudar pacientes com deficiência. "Muitos chegam aqui com dor e é muito bom poder ajudá-los com um atendimento humanizado", disse Suzana.
Uma das pacientes atendidas no CEO é a jovem Maria Gilvane Andrade de Souza, de 30 anos, que tem deficiência física e neurológica, procedente da Vila de Jambu-Açu, no município de São Francisco do Pará. Sua mãe Maria Helena de Andrade disse que está satisfeita com o atendimento recebido pela filha.
Meta – A Coordenação de Saúde Bucal vem trabalhando em diversas outras frentes. No que tange aos CEOs, um dos objetivos é implantar um laboratório de prótese dentária no CEO Presidente Vargas, para atender à demanda de pacientes que precisam desse serviço na capital e em outros municípios.