Túnel de aproximadamente 30 metros é encontrado no CRPP I
Túnel com 7 metros de profundidade estava localizado no pavilhão 5 do Centro de RecuperaçãoUma operação da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), que começou às 5h da manhã desta segunda-feira (17), resultou na descoberta de um túnel de aproximadamente 30 metros de comprimento e 7 de profundidade no pavilhão 5 do Centro de Recuperação Penitenciária do Pará I (CRPP I), no Complexo Penitenciário de Santa Izabel. A ação só deve encerrar quando todos os serviços de manutenção e reestruturação forem concluídos.
Durante a revista, também foram encontrados 68 aparelhos celulares, 86 carregadores, 104 estoques, 500 g de maconha, 4 serras, 3 terezas (cordas), 2 máquinas de fazer tatuagem, 8 baterias, 2 grills, além de 26 fones de ouvido, 22 chips, 1 computador, 1 impressora e outros itens proibidos.
Além da revista, vários presos foram transferidos, alguns acusados de envolvimento no motim ocorrido no último dia 13 e outros por serem classificados como lideranças dentro do cárcere. Outros 32 detentos foram encaminhados para isolamento. Pela primeira vez, o procedimento contou com a presença do titular da Susipe, Jarbas Vasconcelos, e monitoramento online do governador do estado do Pará, Helder Barbalho.
Operação encontrou, ainda, chips, celulares e carregadoresO diretor de Administração Penitenciária (DAP) da Susipe, Janderson Paixão, afirma que o resultado da operação é positivo, pois, através de um serviço de inteligência, foi possível detectar alguns indícios de armamentos e possíveis planos de fuga na unidade.
"Nessa operação, pudemos reunir mais de 60 agentes prisionais e envolver sete unidades, por meio dos diretores e suas equipes. Além desses, com mais, aproximadamente, 60 policiais militares, pudemos entrar na unidade, que hoje tem 1.200 presos. Ocupamos, simultaneamente, todos os espaços, com o apoio também do Graesp, com sobrevoos de aeronave e duas equipes da COE, que fazem a ronda ostensiva na unidade. Fizemos a retirada de excesso de material ilícito ou não permitido dentro das celas", detalhou Paixão.
"Nós visamos a retomada do cárcere, da disciplina e da hierarquia para que a gente possa plantar a atribuição final do sistema prisional, que é a ressocialização. Para que a gente possa vim com educação, trabalho e atividades laborativas, é necessária essa retomada e coibir qualquer tentativa de fuga", afirmou o diretor.
Secretário Jarbas Vasconcelos acompanhou a operação, que revistou todos os pavilhõesApoio - De acordo com o diretor do CRPP I, Adailton Coelho, equipes e diretores de outras unidades também deram apoio para encontrar as armas e realizar a revista, o que é uma operação complicada. "Nas revistas que fazemos, só atingimos um pavilhão e, hoje, fiscalizamos todos", enfatizou.
Segundo o secretário Jarbas Vasconcelos, o objetivo dessas operações é mostrar para as organizações criminosas que o sistema prisional está coeso, sendo essa uma das maiores ações de revista já realizadas e que continuarão ocorrendo durante toda a semana.
"Vamos fazer cumprir o sistema de segurança e o sistema interno da Susipe. O sistema prisional do Pará não pode e não vai ficar sendo o pior sistema do Brasil. Estamos trabalhando para que ele venha ser no futuro um dos melhores. Só juntos podemos vencer e restabelecer a autoridade do Estado em todas as unidades prisionais", afirma.
O secretário destacou, ainda, que, com a execução das novas portarias de visita e alimentação, objetos ilícitos não entrarão mais no cárcere, o que facilitará os procedimentos de revista e evitará ações negativas dos presos.
"O importante é mostrar para as organizações criminosas que essas portarias serão cumpridas. No Maranhão, Pernambuco e Minas gerais, por exemplo, elas já existem há tempos. Em alguns estados, são muito mais restritivas, como é no sistema federal, que é o espelho para todo mundo. A visita é uma vez ao mês, ocorre no parlatório e não entra nenhum tipo de alimento. Isso é válido para os presos que tem bom comportamento. Com mínima falta, ele tem a visita suspensa. Não estamos fazendo nada de novo", pontuou.