Uepa e EGPA recebem alunos do curso de Relações Internacionais
Izabelle Santos é uma das aprovadas no processo seletivo do novo curso de Bacharelado em Relações Internacionais oferecido pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), em parceria com a Escola de Governança Pública do Estado do Pará (EGPA). Ela participou da programação de acolhida aos calouros nesta quarta-feira (16), em Belém.
O sonho antigo havia sido adiado pela falta de oportunidade em uma instituição gratuita. “Será a minha segunda graduação. Eu estava em busca de mestrado, mas para todos eu teria que sair do Estado. Então, quando abriu a seleção, me inscrevi logo”, contou a estudante.
Naquele momento ela não poderia imaginar a trajetória entre o planejamento inicial até o ingresso na turma, mostrada pelo diretor da EGPA, Ruy Martini Santos Filho, ao dar as boas-vindas aos alunos. “Foram dois anos de conversa, desafios enormes e articulação imensa envolvendo muitos parceiros, que só teve êxito porque nós tínhamos um objetivo comum, que era chegar ao dia de hoje”, afirmou.
As aulas serão ministradas na EGPA, e terão equipes técnicas das duas instituições, sem subjunção hierárquica. “Os graduandos dividirão espaço com outras pessoas, professores e alunos servidores que participam de cursos livres, nível médio e pós-graduação. Entretanto, serão exigidos nos rigores da Uepa, como os demais cursos”, afirmou Ruy Martini.
Demandas - A graduação foi pensada para contribuir com as demandas de relações com organismos internacionais no Pará, não apenas quanto ao aspecto econômico, mas, sobretudo, social e cultural. A relevância do curso para o Estado surpreendeu Izabelle, que considera o formato diferente do que já havia pesquisado. “Esse primeiro contato foi muito bom para abrir as possibilidades. Eu não tinha pensado diretamente dessa forma, na integração da Amazônia a outros países”, contou.
O reitor da Uepa, Rubens Cardoso, apresentou a instituição que hoje tem cerca de 16 mil estudantes, e falou sobre a posição estratégica do Estado e o papel dos futuros profissionais. “O Pará, como portal da Amazônia, é a maior proximidade geográfica com o mercado externo, e por aqui transitam desde a borracha, no passado, as madeiras, as especiarias, até os minérios de hoje em dia. Dada a nova economia institucional, a agregação da cadeia global de valor é muito difícil, e o preço é feito lá fora. Para diminuir o custo de transação, nós precisamos de bons interlocutores que façam essa mediação”, enfatizou.
Pará 2030 - A criação do curso está inserida na proposta do Pará Sustentável, que objetiva reduzir a pobreza e a desigualdade a partir das ações de incentivo ao desenvolvimento do Programa Pará 2030, lançado pelo governo estadual para incentivar as cadeias produtivas na geração de emprego e renda. O programa de graduação do curso também conta com a parceria da Universidade Mundial de Segurança e Desenvolvimento Social da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente (Ilanud).
Esse panorama foi apresentado pela coordenadora de Relações Internacionais do Pará, Larissa Stein Chermont na palestra Os Governos Subnacionais e as Relações Internacionais: estado do Pará, em que foi evidenciada a organização do Estado para o atendimento às prioridades locais no campo das relações com outros países. “A visão do profissional de Relações Internacionais deve ser pensada no contexto todo da economia e da sociedade. Você trabalha a sustentabilidade como um conceito que junta todas as questões. Não dá para pensar os números da economia sem considerar a vida das pessoas, as desigualdades”, reiterou.