Encontro discute formação sobre assistência para povos diversos
A Fundação Santa Casa de Misericórdia realiza, nesta terça-feira (4), o I Encontro de Formação sobre Assistência para Povos Etnicamente Diversos. Participam representantes de entidades de defesa dos direitos indígenas e quilombolas; além de instituições de saúde, universidades e profissionais que atuam na assistência a grupos etnicamente diversos e interessados no tema. O evento ocorre no auditório da instituição, em Belém.
Objetivo é fortalecer a formação e melhorar o acolhimento e a assistência a esse público
Com o objetivo de fortalecer a formação e melhorar o acolhimento e a assistência a esse público, quatro mesas redondas são realizadas em um dia inteiro de debates. A mesa de abertura do evento contou com a participação da médica Lena Alencar, diretora de Ensino, Pesquisa e Extensão, que no ato representou o presidente da Fundação Santa Casa, Bruno Carmona; Valéria dos Santos, coordenadora da Pós-Graduação da Santa Casa e da diretora técnica e operacional do hospital Maria Belém. Para Lena Alencar é a estratégia de acolhimento, para melhor atender esse público.
"É o primeiro encontro que está ocorrendo com esta preocupação no Pará. A Santa Casa se preocupa com esse cuidar e este encontro surge para que possamos montar uma estratégia de cuidado no acolhimento desses povos. A instituição abraçou essa causa pela importância do envolvimento profissional no atender e criar uma maneira de melhor receber os povos etnicamente diversos", destaca a diretora.
Durante a 1ª mesa de debates que discutiu a Formação sobre Assistência para Povos Etnicamente Diversos da Amazônia participaram representantes da Funai, Ministério da Saúde (Casa de Apoio à Saúde Indígena) e da Associação dos quilombolas do Pará (Malungo), foi um momento muito rico para os participantes na abrangência da informação e da necessidade desse amparo na saúde a esses povos.
Pedro Macdowell, da Secretaria de Saúde Índigena, do Ministério da Saúde, afirmou que, hoje, o maior gargalo da qualificação da atenção à saúde indígena é a média e alta complexidade. "Então, quando um serviço especializado como o da Santa Casa abre suas portas para discutir a qualidade de atenção oferecida à população indígena é um ganho enorme. Ainda mais quando a iniciativa parte da própria Instituição", pontuou.
"A Santa Casa vem avançando em grandes passos nesse atendimento, de referência para a sociedade para região, entretanto, ela ainda não tinha trabalhado algumas especificidades e, nesse momento, há uma provocação nas diversas formações na área da saúde da Santa Casa, para que essas especificidades possam ser atendidas pela Instituição, considerando as prerrogativas desses povos, como é o caso de suas culturas", analisou a representante da Funai, Richelly Costa.
O evento é importante para reforçar um trabalho que já existe no hospital. De janeiro de 2018 a maio de 2019, foram realizados 167 atendimentos a pacientes de origem indígena, de 15 diferentes etnias, o que reforça a necessidade de se ter profissionais de saúde preparados para lidar com a diversidade cultural desse público, garantindo uma assistência adequada e eficaz.
"São muitas culturas diferentes. A gente sente essa necessidade no acolhimento e atendimento desses povos, que não são só indígenas, envolve quilombolas, população ribeirinha", enfatiza Valéria dos Santos, coordenadora de Pós-Graduação da Fundação Santa Casa.
Debates – A primeira mesa de debates discutiu a Formação sobre assistência para Povos Etnicamente Diversos da Amazônia; a 2ª mesa foi sobre a Interlocução sobre Formação de Povos Etnicamente Diversos, que foi concluída no final da manhã. Para a parte da tarde desta terça-feira (4), serão mais duas abordagens: a Assistência para Povos Etnicamente Diversos na Fundação Santa Casa e as Estratégias de Acolhimento dos Povos Etnicamente Diversos na Fundação Santa Casa.