Uepa inaugura Laboratório de Epidemiologia e Geoprocessamento
A Universidade do Estado do Pará (Uepa) inaugurou oficialmente, nesta sexta-feira, 18, o Laboratório de Epidemiologia e Geoprocessamento da Amazônia (Epigeo), no Centro de Ciências Biológicas da Saúde (CCBS). O espaço recém-institucionalizado possui um longo histórico de pesquisas em saúde e deve se estender a outras áreas do conhecimento.
Estudar os comportamentos das doenças epidemiológicas além da confirmação numérica de casos, mas sobretudo, compreender as variáveis condicionantes e determinantes que levam ao desenvolvimento das patologias em determinadas regiões. Esse é o trabalho desenvolvido há mais de dez anos pela equipe coordenada pelo Prof. Dr. Nelson Veiga, do Departamento de Medicina da Uepa. “O laboratório é um esforço coletivo dos cursos da área da saúde, inserido nas inovações tecnológicas considerando as dimensões do espaço e tempo das situações de saúde das populações humanas”, afirmou Nelson.
O grupo, formado por professores, pesquisadores, técnicos e bolsistas de áreas transversais da saúde, utiliza o método de geoprocessamento, ou seja, gera informações cartográficas a partir de programas de computador e imagens de satélite. O Epigeo funciona de forma participativa envolvendo diversas instituições de ensino e de saúde nos níveis municipal, estadual e federal.
“O laboratório assume um caráter inter, multi e transdisciplinar porque está além da questão da institucionalização. Fundamentalmente temos uma preocupação de responder para a sociedade, atendendo uma necessidade específica que é entender o mundo em que vivemos, a partir da mediação do recurso tecnológico. Aqui temos um laboratório que quer ir onde a doença acontece, onde está o paciente nos lugares mais distantes da Amazônia”, continuou o professor.
A inauguração de um espaço mais amplo é um momento histórico para o Epigeo, como declarou a diretora do CCBS, Vera Palácios. “É uma equipe muito aguerrida e séria. E os trabalhos de pesquisa andam por aqui, até porque é uma exigência das revistas científicas que os mapas sejam geoprocessados e dentro de um protocolo. O laboratório não é apenas da área da saúde, ele está aqui, mas é para toda a Universidade”, enfatizou.
O reitor Rubens Cardoso assinou o termo de inauguração. “Hoje a Universidade tem o grande desafio de fazer a educação e o erudito, e também o aqui e o agora como essas questões trabalhadas no laboratório, que são analisar para onde vão as doenças. É isso que temos de fazer, produzir coisas que façam sentido para a sociedade”, afirmou.
As investigações desenvolvidas no laboratório já resultaram em 22 dissertações de mestrado e 12 teses de doutorado, além de inúmeras monografias de conclusão de graduação e publicações de artigos científicos. Entre os trabalhos está o da fisioterapeuta Erica Matsumura, que também atua como professora colaboradora do Epigeo. Ela era aluna do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ensino e Saúde na Amazônia e desejava mapear as instituições de ensino superior que ofertavam o curso de Fisioterapia em todo o Brasil.
O trabalho pioneiro rendeu a publicação de quatro livros. “Até então eu não conhecia o geoprocessamento. Aqui os bolsistas me ajudaram na coleta, que resultou em um banco de dados com latitude e longitude das instituições. As informações também originaram vários mapas com dados de densidade. O suporte deles foi muito bom porque eu tive que aprender esse recurso que é importante para a área da saúde, principalmente para as políticas públicas”, declarou.