Hospitais públicos participam de projeto da Associação de Medicina Intensiva
Cinco hospitais públicos do Pará fazem parte atualmente do projeto "UTIs Brasileiras", promovido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Juntos, o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, o Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), em Marabá, o Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), em Belém, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, e o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, somam mais de 70 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) com resultados técnicos monitorados pela AMIB, por meio do sistema Epimed Monitor, a maior base de dados clínicos e epidemiológicos da América Latina.
A iniciativa tem o objetivo de identificar o perfil epidemiológico das UTIs brasileiras e compartilhar informações que possam ser úteis para orientar políticas de saúde e estratégias para melhorar o cuidado dos pacientes críticos no Brasil.
Segundo o diretor Técnico do Hospital Regional de Altamira, Mário Franco Netto, a gestão dos resultados, a partir de um sistema especializado em UTI, facilita a tomada de decisão durante o atendimento aos pacientes. "O Epimed nos fornece um grande mapeamento de toda a atividade clínica e assistencial da Unidade, bem como do perfil que essa unidade trabalha. Assim, conseguimos saber claramente que tipo de paciente é admitido ali e como estamos conduzindo o tratamento. Com isso, podemos elaborar as estratégias para melhorar, cada vez mais, a qualidade do atendimento prestado na Unidade", afirma o médico.
Dentre os dados inseridos no sistema e avaliados diariamente pela equipe estão as comorbidades e capacidade funcional, diagnóstico, dados fisiológicos e laboratoriais, dispositivos invasivos utilizados, infecções registradas, incidentes e eventos adversos ocorridos, além do desfecho no Hospital. "A partir dessas informações são geradas as taxas de mortalidade absoluta e estimulada, as quais, por sua vez, auxiliam nas avaliações da Comissão de Revisão de Óbitos", explica a coordenadora de Enfermagem, Simone Moreschi.
O uso do sistema de gerenciamento das informações também é avaliado positivamente pela gestão assistencial. "Na Enfermagem, os dados colaboram diretamente na gestão junto à equipe, uma vez que a Unidade possui nove leitos de UTI Adulto e uma equipe de enfermeiros e técnicos de Enfermagem para assistir os pacientes conforme a legislação prevista. Além disso, temos um técnico exclusivo para alimentar os dados. Então entendemos que essas horas de enfermagem administrativa para inserir os dados contribuem para a gestão assistencial, principalmente em relação aos resultados que produz. E este é um dos objetivos da gestão de Enfermagem: saber que as horas aplicadas dentro da assistência oferecem um resultado efetivo ao paciente, e não somente um número para cumprir a legislação", comenta a diretora Assistencial do HRPT, Luciane Madruga.