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Grupo acusado de homicídios é preso na Operação Ronda Noturna

Por Redação - Agência PA (SECOM)
13/05/2019 21h45

A Polícia Civil do Pará deflagrou, na manhã desta segunda-feira (13), a Operação Ronda Noturna, que resultou no cumprimento de quatro mandados de prisão temporária, três deles contra policiais militares da ativa, por acusação de envolvimento em homicídios e tentativas de homicídio, com características de execução, na Região Metropolitana de Belém. Houve, ainda, uma quarta prisão.

A operação ocorreu nos municípios de Marituba e Benevides, com a participação de mais de 60 policiais civis e militares. Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede de uma empresa clandestina de vigilância, em Marituba, onde foram apreendidos materiais, como máscara balaclava, coletes balísticos, rádios de comunicação HT, estojos de calibre .40 deflagrados; roupas camufladas, fardamento da PM do Pará e motos usadas em rondas noturnas.

Foram cumpridos os mandados de prisão de Rafael Lima do Amaral, cabo da PM; Arthur Reinaldo Cordeiro dos Santos, sargento PM; Gelielton Guimarães Dantas, soldado PM, e Udson Alan Silva Ferreira, motorista. Não foi localizado o cabo PM Henrique da Silva Lima, conhecido como cabo da Silva, proprietário da empresa clandestina de vigilância em Marituba.

Rafael, Arthur e Gelielton já haviam sido investigados na Operação Anonymous, deflagrada em março deste ano. Rafael e Gelielton já estavam presos no Centro de Recuperação Coronel Anastácio das Neves (Crecan), no complexo penitenciário de Santa Izabel do Pará, e tiveram os mandados cumpridos dentro da casa penal.

Durante a ação policial, o cabo Silva conseguiu saber da chegada dos policiais, no bairro Nova Marituba, sede da empresa, e fugiu do local, levando as armas usadas pelos vigilantes.

Inquéritos - Em entrevista coletiva, na sede da Delegacia-Geral de Polícia Civil, o delegado-geral Alberto Teixeira explicou que a Operação Ronda Noturna originou-se de três inquéritos instaurados pela Divisão de Homicídios para apurar assassinatos e tentativas de homicídios. No desdobramento das investigações, os inquéritos foram juntados e a equipe de policiais civis verificou que os autores faziam parte do mesmo grupo que estaria praticando homicídios nos municípios de Marituba e Benevides.

Segundo Alberto Teixeira, uma das ações criminosas ocorreu em outubro de 2018, no bairro de Santa Maria, distrito de Benfica, em Benevides. Os outros dois crimes foram cometidos no Conjunto Beija-Flor, em Marituba, em fevereiro de 2019. As investigações mostraram que os acusados atuam como vigilantes de uma empresa clandestina de segurança denominada “SL Vigilância”, a qual presta serviços a comerciantes e moradores dos bairros Nova Marituba, Decouville e Conjunto Beija-Flor, todos em Marituba.

O delegado-geral explicou ainda que os acusados são apontados como autores de vários homicídios ocorridos na área, cujas vítimas seriam pessoas suspeitas de prática de furtos e roubos; clientes da empresa inadimplentes e moradores suspeitos de passarem informações acerca das mortes ocorridas nos bairros.

Alberto Teixeira acrescentou que, após os crimes, outro grupo limpava a área, retirando projéteis disparados no local do crime, para não deixar rastros dos estojos, a fim de dificultar o trabalho da Polícia Civil.

Segundo ainda o delegado-geral, as investigações apontaram que os vigilantes realizavam rondas noturnas diariamente nos locais mencionados, em motocicletas e sempre encapuzados, trajando roupas pretas e portando armas de fogo. O cabo Silva, segundo investigações e o depoimento de um dos funcionários da empresa, chegou a ser preso, em flagrante, por uma equipe da Polícia Militar, por porte de armas de fogo sem o respectivo registro, em 2017.

O sub-corregedor da Polícia Militar, coronel Elson Brito, frisou que a Corregedoria da PM e, em especial, o Comando-Geral da corporação, garantem todo o apoio à apuração dos fatos.

Em relação ao fardamento apreendido da Polícia Militar, o coronel disse que está sendo investigada a possibilidade do uso indevido. As investigações continuam e podem resultar até na exclusão dos policiais militares. "A conduta do cabo Silva é vista de forma negativa pela corporação, e neste momento, ele se encontra foragido", acrescentou.

Ainda conforme o coronel, a partir desta terça-feira (14) começará a contar o prazo de sete dias para o policial militar se apresentar. "Caso ele não se apresente nesse período, será feita a deserção do cabo", finalizou o coronel Elson Brito.