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Unidade da Seduc conquista avanços no atendimento a cidadãos cegos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/12/2017 00h00

Para marcar o Dia Nacional do Cego, transcorrido na quarta-feira, 13, a Unidade de Ensino Especializado (UEES) José Álvares de Azevedo, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), realizou nesta quinta (14) e sexta-feira (15) seu I Ciclo de Palestras, no Centur, em Belém.

Com o tema “Limites e Possibilidades da Pessoa com Deficiência Visual”, o evento funcionou como formação para professores da rede estadual de ensino que têm alunos cegos e com baixa visão em salas de aula nas escolas. Do ciclo participam pais de alunos e estudantes atendidos na unidade.

O ciclo de debates marca a preparação dos profissionais da unidade para uma nova fase de funcionamento da “José Álvares de Azevedo” em 2018. A partir do ano que se aproxima, a escola passará a contar com uma nova sede na Travessa Presidente Pernambuco, na esquina com a Avenida Conselheiro Furtado, no bairro de Batista Campos. A sede está recebendo obras de reforma e ampliação, que estão em fase final.

“Esse evento serve para compartilharmos conhecimentos e experiências, no sentido de que a pessoa seja vista como cidadão e não como uma pessoa que tem uma deficiência, porque a deficiência é apenas um detalhe”, afirmou a diretora da unidade, Lindalva Carvalho.

A José Álvares de Azevedo atende 359 alunos da rede pública estadual, municipal e particular, no contraturno das aulas regulares, e conta com 59 professores. Os alunos distribuem-se em matriculados em escolas e aqueles cadastrados na unidade, ou seja, crianças de colo e cidadãos idosos.

O atendimento abrange, entre outros aspectos, o aprendizado para ter autonomia em casa e em outros ambientes na sociedade; locomoção, leitura em Braile. Nesse processo, a interatividade com a família é basilar, como destacou Lindalva Carvalho.

Aluno da unidade virou professor e atende estudantes cegos

Um dos participantes da programação foi o professor de Língua Portuguesa, Ronaldo Alex Raiol, 53 anos, que exemplifica a superação dos limites e as potencialidades da pessoa com deficiência. Ele foi aluno da unidade José Álvares de Azevedo.

“Aos olhos de quem enxerga, parece impossível que uma pessoa cega possa ser professor de outra; mas, pelo olhar de quem não enxerga, ele se vê sendo educado por um igual”, afirmou o professor Ronaldo Raiol.

Ronaldo relatou que quando ainda estava no processo de perda da visão não aceitava o fato e chegava a não comparecer à Álvares de Azevedo. Mas, ao aceitar o fato, decidiu investir nas suas potencialidades aproveitando os conhecimentos e recursos disponíveis na unidade. “É como o Mito da Caverna, do Platão, romper com paradigmas”, observou. O professor atualmente possui total autonomia no uso do celular e do computador.

O aluno Wagner de Oliveira Reis, 30 anos, com baixa visão, é atendido na “José Álvares de Azevedo” há dois anos. Ele morava no município de Conceição do Araguaia e estudava na Escola estadual Diocleciano Alves Moreira, onde concluiu o Ensino Médio. Wagner quer se formar em Música. Ele participou da abertura do ciclo de palestras tocando percussão ao lado da professora Núbia Freitas.

“A Álvares de Azevedo mudou a minha vida, porque lá tem pessoas como eu e pessoas que me compreendem, porque na sociedade em geral há muito preconceito, discriminação. Aqui, ganhei maior autonomia e tenho atendimento especializado e evoluí muito”, finalizou.

O ciclo de palestras da UEES José Álvares de Azevedo contou com palestras sobre genética nas doenças de retina, com a professora Glória Colloneli (Uepa/Santa Casa); trauma ocular, com o professor Lauro Barata; baixa visão na perspectiva da inclusão, pelas professoras Florinda Miranda e Linda Gama, da José Álvares de Azevedo, e outras atrações.