Mutirão psiquiátrico atende mais de 50 internos da Susipe
Um mutirão realizado nesta quinta (25) e sexta-feira (26), no Hospital Geral Penitenciário (HGP), fez o atendimento psiquiátrico de mais de 50 internos que cumprem medida de segurança na unidade de saúde. A ação é resultado de uma parceria entre Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), Centro de Perícia Científica Renato Chaves (CPC) e Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sespa).
Os internos no HGP foram avaliados pela médica Elizabeth Ferreira, a única psiquiatra forense do Pará, e também por dois residentes de Psiquiatria do Hospital das Clínicas do Estado. A iniciativa também conta com a parceria da Vara de Execuções Penais da Região Metropolitana de Belém.
Os custodiados foram atendidos na Unidade Básica de Saúde do Complexo de Santa Izabel e passaram por avaliação regular e atendimento psiquiátrico. Todos os laudos clínicos serão encaminhados à Justiça. Segundo Elizabeth, que também integra o Conselho Penitenciário do Estado, a necessidade de implementar o mutirão surgiu por conta da grande demanda de avaliação dos internos que cumprem medidas de segurança, mas já estão em condições de retornar à sociedade e ao convívio familiar.
“Hoje temos uma população cada vez maior no hospital e a nossa tarefa é minimizar o quantitativo de pacientes. Sou a única psiquiatra forense do estado para atender toda essa demanda do sistema prisional, então estamos aproveitando para avaliar cada caso e emitir laudos para que eles possam ser liberados para custódia domiciliar", disse a médica.
Para a diretora de Assistência Biopsicossocial da Susipe, Ana Paula Frias, o mutirão psiquiátrico ajudará a minimizar as condições de superlotação que hoje afetam o HGP. Com os resultados, será possível avaliar a situação processual dos detentos em até dois meses, após as decisões judiciais.
"Essa iniciativa vai nos beneficiar muito, pois vamos poder encaminhar ao Judiciário as demandas desses pacientes com o intuito de esvaziar o Hospital Geral Penitenciário, que hoje abriga uma quantidade de internos acima da sua capacidade de custódia. Sabemos que muitos desses internos já podem obter alta ", finalizou Ana Paula Frias.
O diretor do Hospital, Leoni Rocha, reconhece a importância da ação para a desinternação dos pacientes que estejam bem, de acordo com o laudo pericial. “Estamos trazendo os internos que estão cumprindo medida de segurança no HGP e necessitam fazer o laudo pericial para obter uma decisão dos juízes das suas respectivas comarcas", explicou.
Atualmente, o HGP custodia 265 internos e possui capacidade de custodia para abrigar 83 presos por medida de segurança.
*Texto: Walena Lopes.
