Sala de situação garante rapidez no atendimento a vítimas de naufrágio
Menos de 24 horas após a comunicação sobre o naufrágio da embarcação Capitão Ribeiro no rio Xingu, o Sistema Estadual de Segurança Pública já havia mobilizado todo o aparato necessário para atuar no desastre. O deslocamento de equipes do Corpo de Bombeiros foi imediato. A partir dos primeiros relatos desses militares, foram enviadas de Belém a Porto do Moz mais equipes, incluindo peritos médicos e assistentes sociais, em aeronaves da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup). Todo trabalho é coordenado pela Sala de Gerenciamento instalada no comando geral dos Bombeiros.
Seguindo diretriz do Sistema Nacional de Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros ativou o Sistema de Comando de Operação, que tem como missão integrar todos os órgãos das esferas municipal, estadual e federal em ocorrências desse tipo. O trabalho assegura rapidez no atendimento às vítimas, nas buscas, no deslocamento de equipes e, nesse caso, na localização da embarcação que foi a pique. A Sala de Situação em Belém é o cérebro da operação, pois é nela que todas as decisões são tomadas, de forma integrada.
“Como se trata de um desastre, quem assume a parte operacional é a Defesa Civil, que é composta por militares do Corpo de Bombeiros. Assim que recebemos a notícia sobre o naufrágio, às 7h30 de terça-feira (22), enviamos equipes de Altamira para Porto de Moz, que acabou sendo a base da operação pela proximidade com o local onde ocorreu o acidente. Foi a partir do relato desse militares que o trabalho começou a ser tocado”, explica o coronel Augusto Lima, subcomandante do Corpo de Bombeiros.
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil Estadual coordenam as ações de busca, salvamento e atendimento social na Câmara de Porto de Moz, onde foi instalado um gabinete de crise com a presença das forças de segurança estaduais, poder executivo municipal e demais órgãos envolvidos na operação de resgate às vítimas. A identificação dos mortos está sendo feita no ginásio municipal Chico Cruz. Uma equipe de oito profissionais – entre peritos, médico e auxiliares – do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves de Belém e de Altamira também atua no trabalho.
Estrutura – A Segup deslocou três aeronaves do Grupamento Aéreo (Graesp) para Porto de Moz, dois aviões e um helicóptero (EC 145). As equipes enviadas são compostas por mergulhadores do Corpo de Bombeiros, integrantes do Graesp e do Grupamento Fluvial (Gglu), além de peritos e representantes da Defesa Civil estadual e municipal. Uma balsa e embarcações da prefeitura, além de três lanchas do Corpo de Bombeiros, estão sendo usadas na operação. O helicóptero do Graesp está apoiando as ações na área de buscas.
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As informações sobre a operação chegam com mais facilidade à Sala de Gerenciamento em Belém graças à rede que foi montada pela equipe de telecomunicações da Segup. É a partir dela que são atualizados os números do naufrágio e a identidade das vítimas, por exemplo. Outro posto foi montado na balsa que trouxe a embarcação Capitão Ribeiro à superfície. “Neste local atuam apenas bombeiros, sobretudo mergulhadores, que executam o trabalho operacional”, explica o coronel Augusto Lima.
As demais forças do Sistema de Segurança Pública também atuam na operação. A Polícia Civil ouve, neste momento, integrantes da tripulação e sobreviventes, como parte do inquérito que investiga as causas do acidente. A Polícia Militar encaminhou na tarde desta quinta (24) três pessoas à delegacia local. Elas foram detidas quando tentavam saquear a embarcação naufragada, onde ficaram os pertences das vítimas.
“O sucesso desse trabalho depende da integração. Podemos dizer que o Estado e o município atuam de forma coadunada, com apoio da Marinha. A Sala de Situação em Belém continuará a postos até que a operação se encerre. Enquanto houver familiares relatando pessoas desaparecidas, continuaremos atuando nas buscas”, assegura o subcomandante dos Bombeiros.