Cacau paraense é sucesso durante participação no "Chocolat São Paulo 2019"
"É diferente. Não sabia que o Pará produzia algo tão gostoso assim", confessou a paulistana, Andréa Socorro, enquanto provava um pedaço de chocolate produzido em Belém com 56% de um cacau totalmente regional. A degustação ocorreu durante o "Chocolat São Paulo 2019", evento que encerrou no domingo (14) na capital paulistana. O Pará participou ativamente do festival internacional e leva para casa importantes aprendizagens para os próximos eventos do setor que devem ocorrer ainda este ano, como o festival internacional do chocolate na Bahia, em julho e o do Pará, previsto para ser realizado de 17 até 22 de setembro.
"A participação do Pará foi fundamental. O propósito do evento não era fazer uma feira de chocolate, era trazer o cacau e apresentá-lo para a mídia e para o grande mercado consumidor. E o Pará fez essa apresentação com as suas marcas", avaliou o coordenador do evento, Marco Lessa.
A biodiversidade e o potencial agropecuário fizeram do Pará o maior produtor de cacau do Brasil. Em 2017, foram produzidas em território paraense 116.419 toneladas do fruto. No ano passado, foram 131.282 toneladas. Para a diretora da federação da agricultura e pecuária do estado do Pará (FAEPA), Neka Nissan, o evento trouxe boas oportunidades. "O festival atendeu um anseio antigo dos produtores do Pará que é buscar cada vez mais espaço no mercado interno do Brasil e também de fora, porque a produção de cacau no Estado é crescente", comentou, Neka Nissan.
Mais do que o valor arrecadado com as vendas no festival, a divulgação e possibilidade de novos negócios foram os principais pontos positivos avaliados pelo superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Pará, Rubens Magno, "Esse intercâmbio com os outros estados mostra que o Pará está no caminho certo. Os potenciais investidores que vieram aqui conheceram o produto paraense e agora sabem do sabor diferenciado do cacau do Pará".
A fomentação e facilitação de novos negócios foi a missão cumprida por uma delegação enviada pelo governo do estado. A equipe contou com integrantes das secretarias estaduais de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) e de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec). A comitiva estadual conta ainda com as parcerias do Instituto de Gemas e Joias da Amazônia (Igama), que gerencia o Polo Joalheiro; da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), instituição pública de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas (Sebrae Pará), e do Centro Internacional de Negócios do Pará (CIN Par), da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa). A experiência obtida no festival internacional de São Paulo, deve auxiliar o estado do Pará a captar novos investidores e eventos.
"Estamos levando vários contatos formados aqui para buscar investimentos ao Pará. Não é um resultado apenas à curto prazo. São investimentos que devem ser realizado de forma contínua", avaliou, Manoel Ibiapina, Diretor de Atração de Investimentos e Negócios da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec). Ainda sobre a possibilidade de investimentos na cultura cacaueira do estado, a participação do Pará no "Chocolat São Paulo 2019" possibilitou uma análise do posicionamento dos produtores paraenses no mercado nacional. "O Pará se fez presente no maior mercado consumidor, tivemos rodadas de negócios, visitas a investidores. Agora vamos trabalhar para evoluir ainda mais o nosso parque industrial e artesanal de cacau", destacou Iran Lima, titular da Sedeme.
No total, 22 empreendedores e cooperados participaram do evento como expositores. A avaliação de todas foi possitiva e com a possibilidade de um futuro melhor para o setor. "Eu vejo que trazer as cooperativas e produtores do Pará para São Paulo nos faz ter um bom contato direto com os compradores. Nós temos a matéria prima e agora podemos agregar valor a as amêndoas. O que pode fazer a gente conseguir um preço melhor", pontuou, Pedro Santos técnico da cooperativa de produtores da agricultura familiar de Novo Repartimento.
"Mostramos que a nossa produção cacaueira tem qualidade e a nossa amêndoa tem aceitação no mercado", resumiu, O titular da Sedap, Hugo Suenaga.