Defesa Civil explica ações durante período de chuvas e alerta sobre maré alta
As intensas chuvas castigaram alguns municípios paraenses nestes primeiros meses do ano e as previsões de abril não mudam esse quadro. O volume de chuva no Pará deve seguir alto, inclusive acima da média histórica em algumas regiões. Por conta disso, a Defesa Civil Estadual vem realizando um trabalho estratégico que busca capacitar agentes e alertar e auxiliar a população para diminuir os efeitos causados nas situações mais alarmantes.
Segundo meteorologistas, a região nordeste, os municípios da Ilha do Marajó, do Baixo Amazonas e na porção norte da região do Rio Tapajós, receberão chuvas acima da média histórica, com variações entre 350 mm e 500 mm. Já nas regiões sudoeste e sudeste os volumes de chuva vão oscilar entre 200 mm até 300 mm, dentro da média histórica.
O capitão Marcelo Santos, da Defesa Civil Estadual, afirma que a preparação para agir nas situações de risco e emergência já está sendo trabalhada desde o ano passado, com a capacitação de mais agentes. "Estamos nos preparando há seis meses para as ações estratégicas, que são as que nos cabem, sempre fortalecendo o sistema municipal. A gente vem trabalhando através da criação de Coordenadorias Municipais da Defesa Civil, onde estamos os capacitando os agentes do interior para que eles entendam as ocorrências e saibam como atuar”, explicou.
Além da capacitação, a atuação da prática da Defesa Civil nos locais que sofreram grande impacto, vem sendo fundamental na ajuda de várias famílias paraenses. “Agora estamos na fase de dar respostas, apoiando os municípios que estão sendo impactados, homologando os decretos de situação de emergência, suplementando as ações com homens do Corpo de Bombeiros, com a retirada de pessoas em situações de risco e apoiando ações humanitárias, como fizemos em Paragominas e São Domingos do Capim doando cestas básicas. Além disso, também estamos trabalhando no monitoramento junto aos órgãos competentes, para, a partir disso, enviar os alertas de riscos para os municípios”, detalhou Santos.
Só em 2019, 34 municípios paraenses fizeram registro de impactos motivados por fortes chuvas e nove deles tiveram decretos de situação de emergência reconhecidos pela União, são eles: Bom Jesus do Tocantins, Cachoeira do Arari, Eldorado dos Carajás, Itupiranga, Nova Ipixuna, Novo Progresso, Pacajá, Paragominas, Piçarra, São Domingos do Capim, São Geraldo do Araguaia e São Miguel do Guamá. No momento, as regiões do sudeste paraense e Ilha do Marajó são as que mais apresentam vulnerabilidade às chuvas.
Prevenção
A Defesa Civil tem uma importante ferramenta para prevenir à população do Estado sobre possíveis situações de risco, são os avisos emitidos por SMS. O serviço funciona a partir do envio de uma mensagem de texto para o número 40199, informando o CEP da residência em que mora. Automaticamente o contato será salvo e, a cada alerta de uma possível situação de perigo na área, será encaminhado um SMS informando o morador. O número de CEPs para o cadastro é ilimitado, caso o cidadão queira monitorar diferentes lugares.
Maré alta
Um dos principais motivos para os cenários de inundação em municípios paraenses é fenômeno da Maré Alta. Em abril, marés poderão chegar até 5,5 metros em algumas cidades no Estado, de acordo com a Diretoria de Hidrografia da Marinha (DHN).
“Os principais motivos que ocasionaram marés mais altas do que o comumente observado, foram os vários "eventos de perigeu" que acontecem quando a órbita da lua fica mais próxima à Terra e causa uma atração da massa de água de forma mais intensa. Esses eventos ocorreram nos três primeiros meses do ano. Além do mais, os horários das marés altas coincidiram com as chuvas de grande volume de água. Como consequência, cidades litorâneas e alguns municípios localizados em margens de rios até 120 quilômetros continente adentro (como no caso de São Domingos do Capim) sofreram com essa associação de eventos naturais”, esclareceu o diretor da Diretoria de Meteorologia, Hidrologia e Mudanças Climáticas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Saulo Carvalho.
Ele explicou ainda que as chuvas intensas continuarão até o mês de maio, porém, com uma queda na frequência. “Será comum a formação de chuvas intensas e de grande volume até a final da primeira quinzena de abril. Por outro lado, o mês de maio, que representa a transição do período chuvoso para o menos chuvoso, as condições de tempestade severa ainda poderão ocorrer, porém, com frequência mais baixa”, disse Carvalho.