Programação aborda presença de mulheres nas áreas das tecnologias
A primeira atividade será uma roda de conversa sobre “Ameaças nas redes e Internet Segura”, voltada ao público de mulheres em geral, assim como, de alunas, técnicas e professoras das comunidades do próprio parque e dos campi da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Belém. O bate-papo, que ocorre na quarta-feira (27), às 16h30, será mediado por Shirley Ferreira, do Ramo Estudantil do IEEE na UFPA, e trará informações sobre o Safer Internet Day 2019 (Dia da Internet Segura, em português), deep web, pragas virtuais, privacidade e segurança em dispositivos móveis.
Essa ideia de diálogo surgiu após a divulgação, feita pela Organização das Nações Unidas (ONU), de que as mulheres estariam cada vez mais se retirando das plataformas online para se proteger de ataques cibernéticos e perseguição. Segundo a organização, uma em cada dez mulheres da União Europeia já declarou ter sofrido perseguição cibernética desde os 15 anos, num universo de jovens ameaçadas, principalmente, entre os 18 aos 29 anos de idade.
Destinada a jovens alunas do ensino médio da Escola Técnica Estadual Dr. Celso Malcher, a segunda ação será um minicurso de introdução ao Arduino (placa de baixo custo, funcional e fácil de programar, sendo dessa forma bastante acessível a estudantes e projetistas amadores”. Possui o conceito de hardware livre, ou seja, habilitado à montagem, modificação, melhoria e personalização com base no mesmo hardware básico. Depois de programado, pode ser usado de forma independente e com diversas funcionalidades, como o controle de um robô, uma lixeira, um ventilador, as luzes de um ambiente ou a temperatura do ar condicionado, entre outros exemplos.
O objetivo dessa atividade é estimular a participação de mulheres nas áreas de ciências, tecnologias e matemática, considerando a baixa representatividade delas nesses campos, o que tem mobilizado organizações por todo o mundo, no sentido de alterar esse quadro.
Um alerta divulgado também pela ONU apontou que as mulheres representam apenas 35% das pessoas matriculadas nesses campos do conhecimento em universidades de todo o mundo, com um percentual ainda menor nas engenharias (de produção, civil e industrial) e em tecnologia, que não chega a 30% do total. Quase 75% das meninas também teriam o interesse em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, mas apenas 30% das pesquisadoras do mundo são mulheres, segundo a organização.
“É muito importante que instituições como o PCT Guamá se interessem por projetos de cunho social como este. Essas são ações que podem parecer apenas acadêmicas ou técnicas, mas que levantam discussões sociais que são muito pertinentes na área de tecnologia, coisas que agora começam a ser discutidas. São agendas importantes para o engajamento das mulheres que já estão nas áreas de tecnologia e engenharias, estimulando também as meninas que ainda não estão, pois elas se sentem representadas e começam a ser ver em um ambiente que ainda é, de certa forma, de difícil representação feminina”, explica a estudante de Engenharia de Telecomunicações, Ana Luiza Primo, que preside o IEEE WIE na UFPA.
Sobre o PCT Guamá – Resultante da parceria entre as Universidades Federal do Pará (UFPA) e Federal Rural da Amazônia (Ufra), e o Governo do Pará, o PCT Guamá foi o primeiro e permanece como único parque tecnológico a entrar em operação na Amazônia. Ele tem como principal objetivo o de estimular a pesquisa aplicada, o empreendedorismo inovador, a prestação de serviços e a transferência de tecnologia para o desenvolvimento de produtos e serviços de maior valor agregado e fortemente competitivos.
Com uma área de 72 mil metros quadrados, reúne atualmente 15 centros e laboratórios tecnológicos, 39 empresas, 16 startups, instituições de pesquisa e grupos residentes, todos ligados às áreas estratégicas de atuação, que são Biotecnologia; Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); Energia; Tecnologia Ambiental e Tecnologia Mineral.
Situado entre a UFPA e a UFRA, apresenta espaços voltados para a instalação de pequenos e médios empreendimentos de base tecnológica, laboratórios e centros de pesquisa e desenvolvimento, assim como de empreendimentos nascentes (startups) e temporários.
A Fundação de Ciência e Tecnologia Guamá, por sua vez, foi qualificada para realizar a gestão administrativa, financeira, física e ambiental do PCT Guamá. Desde 2009 a Fundação é mantida pelo Governo do Estado, por meio de contrato com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica – Sectet.
IEEE WIE – O Programa conhecido como Mulheres na Engenharia (Women in Engineering – WIE) tem a missão de inspirar e encorajar mulheres dos ambientes pré-universitário, universitário e profissional a perseguirem e alcançarem o sucesso e a excelência em suas carreiras nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Essa inspiração e esse encorajamento vem de projetos com as alunas, da promoção de palestras com engenheiras de destaque na comunidade, de encontros entre as alunas para troca de experiências e de projetos dentro e fora da universidade.
Serviço:
O que: Roda de conversa "Internet Segura para mulheres"
Quando: quarta e quinta-feiras (27 e 28), a partir das 16h30
Onde: auditório do Espaço Inovação, Parque de Ciência e Tecnologia Guamá. Acesso pelo pórtico de entrada do parque tecnológico (Av. Perimetral, km 01, S/N) ou por meio do ônibus Circular da UFPA (penúltima parada).
Para quem: mulheres em geral e comunidade acadêmica.