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Defesa Civil monta Centro de Gerenciamento de desastres em São Domingos do Capim

Por Redação - Agência PA (SECOM)
23/03/2019 13h22

A Prefeitura de São Domingos do Capim, no nordeste do Estado, decretou situação de emergência depois que a maré alta causou alagamentos em várias ruas do centro do município. “Há 20 anos a gente mora aqui e eu nunca tinha visto uma enchente desse tipo. É a primeira vez. A gente não esperava”, desabafou o agricultor, Manuel Moreira, que mora em um dos pontos críticos da enchente.

Desde a madrugada de quinta para a sexta-feira (22), a maré subiu muito com a aproximação da Pororoca na região. A prefeitura estima que mais de 250 famílias, que vivem no leito do igarapé muru-muru, foram atingidas. “Nós abrigamos no ginásio municipal mais de 150 pessoas. Muitas famílias atingidas não quiseram deixar suas casas, mas perderam quase tudo que tinham. Por isso, estamos dando toda a assistência que eles precisam neste momento. A situação é crítica porque essa área tem influência do igarapé e dos rios que contornam a região”, informou a vice-prefeita, Jany Martins.

Miguel Aires, de 69 anos, precisou fazer uma espécie de jirau, um suporte de madeira para levantar os móveis, depois que a família acordou de madrugada com a casa toda alagada. “Aqui moramos oito pessoas. Minha filha e dois netos estão abrigados no ginásio. Meu pai que é idoso e um bebê recém-nascido estão na casa do vizinho, e eu, meu filho e minha mulher, ficamos aqui com a casa desse jeito”. A esposa de Miguel, Maria José, acordou doente. “Estou com febre, dor no corpo, e ainda acordei com a rede molhada, a água já batia na gente”.

Somando esforços ao trabalho de assistência da prefeitura, vários grupos de voluntários, inclusive da paróquia da cidade, estão se solidarizando e distribuindo água mineral para quem ficou com as torneiras e bombas d’água submersas pela cheia. A agente comunitária de saúde, Maria Santana, montou na casa dela, que fica na parte mais alta, um ponto de apoio para oferecer café da manhã, roupas e outras doações que chegam. “Abrimos o espaço para ajudar. Essa noite eu só dormi duas horas porque qualquer barulho a gente fica preocupada, já que a água está subindo e as pessoas estão pedindo ajuda. É importante a gente ficar alerta”.

Dona Guilhermina, de 80 anos, foi resgatada por equipes do Corpo de Bombeiros. “Minha casa foi ao fundo, a água batia na cintura. Aí eles chegaram de canoa na porta da minha casa, nós embarcamos e na terra firme nos levaram de carro até o ginásio”, contou.

DEFESA CIVIL DO ESTADO – Uma equipe da Defesa Civil Estadual chegou, na manhã deste sábado (23), em São Domingos do Capim, depois de ser acionada pelas autoridades locais. “Montamos uma sala de situação e um comando de gerenciamento de desastres. Vamos fazer um levantamento da situação e auxiliar o município no direcionamento de ações de respostas aos danos e prejuízos. Ficaremos por tempo indeterminado”, informou o capitão Marcelo Santos.

O prefeito de São Domingos do Capim, Elsinho Silva, afirma que todas as secretarias locais estão empenhadas para diminuir os danos causados pela enchente. “O nosso foco é resgatar essas pessoas atingidas e levar para um local seguro, além de arrecadar cestas básicas, água e mantimentos”. Ele agradeceu ainda os esforços do Governo do Estado, ao enviar a Defesa Civil Estadual para prestar auxílio ao município.  “Vamos aproveitar esse momento para reestruturar a Defesa Civil Municipal e assim poder acessar linhas de créditos. Para isso, é de fundamental importância a presença da Defesa Civil Estadual, nos assessorando nesse processo”.

A chegada da Defesa Civil Estadual encheu de esperança as famílias atingidas. “Com a ajuda do Estado, acredito que a Prefeitura terá mais condições de fazer algo por nós. A gente quer ser avisado com antecedência para tentar salvar nossas coisas e procurar um abrigo”, disse a dona de casa, Etervina Brito.