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Sespa realiza ação para prevenir males provocados pelo cigarro

Por Redação - Agência PA (SECOM)
29/08/2017 00h00

Para celebrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), a equipe do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realizou nesta terça-feira (29) uma série de ações destinadas a alertar a população sobre os males provocados pelo fumo, sobretudo os de origem ilegal, falsificados ou contrabandeados. Essa conduta preventiva está sendo adotada por vários países, entre os quais o Brasil, no sentido de seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que, juntos, possam acabar com o comércio ilícito dos produtos do tabaco.

A programação aconteceu no hall de Cardiologia da Unidade de Referência (URE) Presidente Vargas, localizada na avenida de mesmo nome, em Belém. A coordenadora do centro, médica pneumologista Fátima Amine, explica que existem mais de 50 doenças relacionadas ao consumo do tabaco, que é a principal causa de morte evitável no mundo. “Se com o cigarro original já é perigoso, imagine com marcas falsificadas. Ou seja, a pessoa corre riscos múltiplos de morte, uma vez que o cigarro contrabandeado está à margem do controle sanitário e tem grande probabilidade de apresentar componentes não previstos na legislação e que ainda podem promover contaminações e complicações de toda a ordem à saúde do usuário”, explica, ao se referir sobre o tema atual da campanha.

Baseada no tema “O tabaco ameaça todos nós”, a manhã festiva da programação serviu para destacar os riscos à saúde associados ao tabagismo, por meio de palestras, exposições e testemunhos de usuários que pararam ou tentar largar o vício do cigarro, apresentações artísticas e ofertas de serviços, como aferições da pressão arterial e da taxa de glicemia, do grau de intoxicação pelo monóxido de carbono e de dependência da nicotina, além de uma sessão completa de ginástica laboral. O evento contou com a parceria de integrantes da Clínica Action Laser; da Casa do Diabético; da Coordenação Estadual do Tabagismo; de Grupos de Dança e da Cooperativa Interestadual de Consumo dos Profissionais da Propaganda Médica dos Estados da Região Norte.

Apesar das brincadeiras, Fátima Amine afirma que o assunto é sério e que o objetivo maior da mobilização foi de conscientizar e motivar o fumante, com o apoio de seus familiares, a deixar o vício. Segundo ela, os malefícios relacionados ao tabagismo tem tido ampla repercussão junto ao público, o que pode ter refletido num maior poder de discussão sobre o assunto em favor da qualidade de vida da sociedade. Para se ter uma ideia, informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) dão conta de que 14,7% da população brasileira é fumante, porém este número está em queda devido a vários fatores, como a lei antifumo e os programas de apoio às pessoas que desejam parar com o hábito.

Como tratar  

As pessoas interessadas em parar de fumar devem procurar informações na unidade de saúde mais perto de sua casa. O programa funciona em 80 municípios do Pará com profissionais habilitados para conduzir o tratamento. 

Só em Belém, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) oferece tratamento gratuito nas unidades municipais de saúde do Telégrafo, do Tapanã, da Marambaia, do Jurunas e Benguí II. Todos os pacientes são atendidos por uma equipe composta por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos, que promovem sessões com grupos de dez a vinte pacientes. Os inscritos no programa passam por avaliação médica, nutricional e odontológica, para então iniciar as sessões de terapia. 

Por sua vez, a Sespa mantém o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante disponível para a população no térreo da Unidade de Referência Especializada (URE) da avenida Presidente Vargas. 

Desde 2003, a Sespa oferece um tratamento gratuito à pessoa que quer parar de fumar, atendendo cerca de 150 dependentes por mês. Em 14 anos, já foram atendidas mais de seis mil pessoas. O procedimento inicia com os exames que vão identificar o quadro clínico e de tabagismo do paciente, segue com a sua admissão em um grupo com outros dependentes para uma abordagem cognitiva comportamental, que busca entender o porquê de ele se tornar fumante e os motivos pelos quais ele quer parar. Avaliados os níveis de dependência, eles podem ser tratados com medicamentos receitados ou com o TRN, a Terapia de Reposição de Nicotina.

“A nicotina, nesse momento, é menos prejudicial e é reposta em doses decrescentes enquanto o paciente está se libertando. Desde 2003, quando ofertamos o tratamento, mais de cinco mil pessoas foram atendidas”, afirma.

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), podem surgir no Pará mais de 300 casos novos de câncer de pulmão, com uma prevalência de 6,5% para cada 100 mil homens. No sexo feminino podem surgir 160 casos, com incidência de 4,2% para cada 100 mil mulheres. Segundo o órgão, mais de 50 doenças estão relacionadas ao tabagismo, como o câncer e doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas. Só o fumo está associado à mortalidade por diversos tipos de câncer, como 90% das mortes por câncer de pulmão. 

Serviço: a Sespa, na URE da avenida Presidente Vargas, 512, esquina com a praça da República. Telefone para informações: (91) 3242-5645.