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Hospital debate "morte digna" como princípio da medicina paliativa

Por Redação - Agência PA (SECOM)
14/02/2019 23h55

A medicina paliativa encara a morte como um evento natural da vida, algo que não deve ser apressado e nem prolongado artificialmente. Por isso, para suscitar debates sobre esse princípio da filosofia paliativista, o Hospital Ophir Loyola iniciou, nesta quinta-feira (14), o simpósio “Morte Digna: A Perspectiva dos Cuidados Paliativos Oncológicos”, reunindo profissionais e acadêmicos de diversas áreas da saúde, no auditório Luiz Geolás.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o Paliativismo como o cuidado ativo e total do indivíduo com doença não responsiva ao tratamento de cura. É uma especialidade dedicada a promover a dignidade e a qualidade de vida do paciente e familiares, por meio do alívio do sofrimento biopsicossocial e espiritual.  O cuidado é direcionado para aqueles com doenças crônicas degenerativas como, por exemplo, os pacientes oncológicos, cardiopatas e neuropatas.

No Brasil, a filosofia, o ensino e alguns serviços paliativistas surgiram na década de 80.  Hoje, existem em média, 30 serviços de cuidados paliativos no país e a maioria funciona em instituições privadas. Em 2001, criou-se a Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) do Ophir Loyola que tem por finalidade, oferecer assistência multidisciplinar ativa e integral em internação hospitalar, serviço de pronto atendimento, assistência ambulatorial e domiciliar aos pacientes oncológicos, além do suporte aos respectivos familiares.

Carla Lima, da comissão organizadora do evento, explica que o Ophir Loyola possui o único serviço de cuidados paliativos localizado em Belém, onde se trabalha com a "morte digna". “Essa problemática não é prioridade em outras realidades hospitalares, mas o assunto desperta o interesse dos profissionais por provocar reflexões sobre as práticas de qualidade para os pacientes com o perfil de atendimento abordado durante o simpósio”, afirmou.

 A médica Pâmela Viana, coordena a CCPO do HOL, ministrou sobre a morte na contemporaneidade. Segundo ela, “O óbito ainda é um tabu, um assunto banido da sociedade, mas esse processo natural faz parte do ciclo de vida e vem sendo mascarado pela industrialização. A gente costuma falar de vida, bem-estar, longevidade, no entanto, existe uma demanda de enfermos em cuidados paliativos que precisam ter uma assistência de qualidade e os desejos atendidos”, destacou.

Os conflitos éticos foram abordados pelo médico Manoel Walber, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, e envolvem o desrespeito à autonomia da vontade do paciente, que é manifestada antes da perda de consciência. “Ele pode decidir ou não por ser sedado em casos de sofrimento extremo, encarar a finitude de forma inconsciente ou desejar enfrentar a dor de forma consciente, nesse caso, tem o direito de receber todo o suporte terapêutico que leve a uma tranquilidade na espera desse momento”, disse.

A programação continuará nesta sexta-feira (15) com a apresentação de trabalhos orais, mesas redondas e palestras.