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Rede de Educação e Pesquisa fará diagnóstico do sistema carcerário

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/02/2019 00h10

Definir ações e estratégias voltadas à elaboração do projeto da Rede de Educação e Pesquisa Penitenciária foi o objetivo do encontro realizado nesta quarta-feira (27), na Escola de Administração Penitenciária (EAP), vinculada à da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), reunindo professores e pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade da Amazônia (Unama) e da Faculdade Uninassau, além de representantes da Defensoria Pública do Estado e da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim).

Entre os assuntos debatidos estão a criação de uma biblioteca especializada para abrigar conteúdo de pesquisas (produzidas no sistema penal), a formação de eventos acadêmicos e de uma revista especializada para estimular os pesquisadores a dar visibilidade aos artigos sobre o sistema carcerário. O objetivo da rede de pesquisa é criar nas universidades calendários integrados para a discussão dos problemas da segurança pública e do sistema prisional.

A professora Socorro Coelho, da UFPA, pesquisadora de educação voltada às pessoas privadas de liberdade, disse que essa é uma iniciativa inovadora, que possibilitará um diagnóstico mais preciso do sistema carcerário, além de aproximar as universidades da realidade das prisões. “A proposta apresentada pela EAP é muito interessante. A formação de uma rede de educadores e pesquisadores voltados para a área da educação dos privados de liberdade e do sistema como um todo é inovadora, pois o que temos hoje relacionado ao tema são pesquisas isoladas. Através dessa iniciativa, o sistema penal terá a oportunidade de ter um diagnóstico da sua situação, avançando na questão de estudos sobre a criminalidade e saúde prisional, e ainda sobre a população encarcerada. A partir disso teremos como finalidade maior dessa rede a ressocialização, que nada mais é do que preparar um retorno mais digno do custodiado para sua família e a sociedade, em condições de contribuir com o sistema aqui fora”, ressaltou a pesquisadora.

O presidente da Abracrim, Valério Saavedra, destacou a importância do projeto para a aproximação entre sociedade e a realidade do cárcere. “É de grande expectativa nossa fazer parte desse projeto e poder contribuir para que a sociedade possa conhecer melhor o cárcere. Nosso papel nessa construção será o de aproximar o Poder Judiciário, Ministério Público, além de entidades públicas e privadas na busca das melhorias e adequações, para que possamos ter um sistema penal melhor”, afirmou Valério Saavedra.

Sociabilidade - O diretor da Escola de Administração Penitenciária da Susipe, João Cláudio Arroyo, coordenador do projeto, reiterou a necessidade de criação de uma rede de educação e pesquisa voltada, especialmente, às questões penitenciárias.

“Hoje tivemos uma reunião de trabalho para a articulação da rede de educação e pesquisa penitenciária. Essa iniciativa segue uma orientação da Susipe, juntamente com o Governo do Estado, de pensar a segurança a partir de um ambiente de paz, com uma ideia de pacificação e sociabilidade, que resultará no desenvolvimento social e econômico. A partir dessa ideia estamos formulando o projeto e tendo a receptividade das universidades públicas, privadas e da Abracrim. Pretendemos avançar na gestão do conhecimento especializado no sistema penitenciário que apoie iniciativas e ações na construção de políticas públicas - com base na ciência -, para que possamos enfrentar os desafios do sistema penal e, juntos, propormos soluções viáveis e possíveis”, informou o diretor da EAP. (Por Walena Lopes).