Centro de reabilitação promove mutirão para pessoas com deficiência visual
Cerca de 24% da população brasileira, o equivalente a mais de 45 milhões de pessoas, possui algum tipo de deficiência. Entre elas, a mais comum é a visual, que atinge 3,5% da população, ou seja, 6,5 milhões de pessoas. Na região Norte, há registros de quase 575 mil com esse tipo de deficiência, o que corresponde a 3,6% dos habitantes, de acordo com o Censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Referência no Pará em atendimento à pessoa com deficiência, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR) promoverá, nos dias 21 e 22 deste mês, mutirão para atendimento de pessoas deficiência visual. Para participar, os interessados devem apresentar Cartão SUS, RG, CPF e comprovante de residência. No primeiro dia, o atendimento será a partir das 14h e, no dia seguinte, a partir das 8h. Serão 180 atendimentos para pessoas que dependem da assistência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre os diversos problemas visuais, a oftalmologista do CIIR, Maria Maeve Vasconcelos Born Muniz, destaca a baixa visão, que pode ser caracterizada por aqueles pacientes que, mesmo com os óculos, ou após já ter passado por procedimento cirúrgico oftalmológico, ainda possuem dificuldades visuais que podem interferir até no desenvolvimento das atividades cotidianas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as principais causas de cegueira no Brasil são a catarata, glaucoma, retinopatia diabética, cegueira infantil e degeneração macular.
As estatísticas são alarmantes, o que reforça a necessidade de visitar periodicamente o oftalmologista. O censo de 2010 informa ainda que 528.624 pessoas no país são incapazes de enxergar (cegos); 6.056.654 pessoas possuem baixa visão ou visão subnormal (grande e permanente dificuldade de enxergar); cerca de 29 milhões de declararam possuir alguma dificuldade permanente para enxergar, ainda que usando óculos ou lentes.
Os problemas de visão atingem pessoas de todas as faixas etárias: crianças, jovens, adultos e idosos. “Normalmente são bebês com alteração genética ou durante a gestação, ou durante o parto, como paralisia cerebral, microcefalia, catarata congênita”, disse a médica ao explicar os casos de baixa visão.
Para identificar alguns sinais de baixa visão no bebê, a mãe ou responsável deve ficar atenta para alguns detalhes, entre eles, perceber quando a criança não faz contato visual, não interage visualmente. “Um relato frequente é, por exemplo, a mãe entrar no quarto sem fazer barulho e, ao passar na frente do bebê, ele não faz o seguimento com o olhar. É um sinal claro de deficiência visual”, apontou Maria Maeve.
Ela ainda lista outras reações de crianças com problemas visuais: crianças que piscam muito, que esfregam os olhos com frequência e ainda, que ficam com os olhos lacrimejamento.
No CIIR, os usuários com deficiência visual contam com uma equipe multiprofissional composta por médicos, fisioterapeuta, psicólogo, terapeuta ocupacional e pedagogo, para todas as faixas etárias, crianças, jovens, adultos e idosos.
Atendimento - Além do mutirão que será promovido pelo CIIR, os usuários podem ter acesso aos serviços por meio de encaminhamento das Unidades de Saúde, acolhido pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminhará à regulação Estadual, onde o pedido será analisado conforme perfil do usuário, através do Sistema de Regulação - SISREG. É importante ressaltar que não há atendimento espontâneo ou qualquer tipo de inscrição ou cadastramento diretamente no CIIR.
Serviço: O CIIR funciona na Rodovia Arthur Bernardes nº 1000. Mais informações: 4042-2157/58/59.