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SAÚDE PÚBLICA

Seminário debate estratégias de combate ao Aedes aegypti

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/02/2019 17h33

O inverno amazônico tem apresentado condições climáticas favoráveis a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da zika, dengue e chikungunya. Por esse motivo, profissionais de saúde pública se reuniram para um seminário em Belém, nesta terça-feira (19), e discutiram as estratégias de combate ao mosquito desenvolvidas no Pará. O evento foi realizado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) do Estado, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

No hotel Princesa Louçã, os participantes puderam acompanhar o seminário, que discorreu sobre parâmetros epidemiológicos, entomológicos, ambientais e sociodemográficos. Esses elementos serviram de subsídios aos gestores municipais e técnicos presentes para o aperfeiçoamento das ações de controle.

“Esse encontro serviu para aprimorar e estreitar a comunicação entre Cosems, Sespa e secretarias municipais de Saúde, em favor da vigilância das arboviroses e, por tabela, da produção de dados e informações de qualidade que subsidiarão melhor as ações junto à atenção básica”, pontuou o secretário de Saúde do Pará, Alberto Beltrame.

O titular da Sespa destacou também a importância da mobilização social e do trabalho desenvolvido pela Diretoria de Vigilância em Saúde em relação à redução dos casos de dengue, chikungunya e zika em todo o Estado. Para Beltrame, tem sido fundamental a articulação junto ao Cosems e às secretarias municipais, para que a interação com a sociedade prossiga com a ação contínua dos agentes de endemias e dos comunitários de saúde.

“Não é porque houve queda de casos que vamos, enquanto gestores, nos acomodar. Até porque devemos nos manter vigilantes por conta das complicações causadas por essas doenças”, afirmou o secretário.

Números – No Pará, um balanço de 2018 já indica uma redução de 70% nos casos de dengue, 24% de febre chikungunya e 88% de zika, em relação ao mesmo período de 2017. Os dados são da Diretora de Vigilância em Saúde da Sespa.

Até 31 de dezembro do ano passado, foram contabilizados 1.632 casos de dengue, 5.463 de febre chikungunya e 45 confirmados de zika. Para as três doenças, não houve registro de mortes em 2018. Por outro lado, no mesmo período de 2017 foram registrados 7.437 casos de dengue, 7.360 casos de chikungunya – incluindo sete óbitos – e 334 de zika. O próximo boletim, já com casos de janeiro e os preliminares de fevereiro de 2019, deve ser divulgado no início de março, pela Sespa.

O presidente do Cosems no Pará, Charles Tocantins, lembrou o compromisso dos municípios em realizarem com regularidade o Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA), métodos de amostragem e mapeamento dos índices de infestação por Aedes aegypti e Aedes albopictus nos municípios paraenses.

No Pará, 47 cidades estão em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya, de acordo com o mais recente LIRAa, publicado em dezembro do ano passado. Desse total, 36 estão em alerta – incluindo Belém – e 11 em risco de surto das doenças. Outras 68 estão em situação satisfatória. No Estado, a maior parte dos criadouros foi encontrada em depósito de lixo (658), seguida de depósitos domiciliares (573) e água (495).

“Temos, em todo o Pará, municípios com focos do Aedes. Por isso, precisamos trabalhar as informações do LIRAa/LIA junto à população, com o objetivo de reduzir os focos. Se cada um fizer a sua parte no controle dos focos, por exemplo, teremos um grande avanço no enfrentamento da dengue, zika e chikungunya”, pontuou Charles Tocantins.

De acordo com o assessor técnico do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), vários aspectos foram relevantes no evento. “Um seminário desses é essencial, porque ainda temos um modelo de saúde focado demais em hospital e doença. Temos de mudar isso e dar mais visibilidade à vigilância, para que ela tenha mais condições de prevenir e diminuir as internações, além de ter uma melhor articulação com a atenção básica, com reuniões conjuntas e planejamentos como esses”, disse.

O seminário contou ainda com a explanação da técnica do Laboratório Central do Estado (Lacen), Glaysse Borges; da técnica em Vigilância Epidemiológica da Sespa, Heloísa Portal; da coordenadora estadual do Programa de Controle de Dengue, Aline Carneiro; e do diretor de Vigilância em Saúde da Sespa, Amiraldo Pinheiro.